O desenvolvimento sustentável está, ao menos desde os anos 1980, no centro das discussões socioeconômicas e tecnológicas, e suas premissas foram alçadas, com justiça, ao patamar de condição inegociável para o crescimento de todos os setores da indústria nas próximas décadas. Nesse contexto, a norma ISO 14001, da International Organization for Standardization, é uma das mais importantes ferramentas na implementação de práticas sustentáveis.
Essa norma estabelece os requisitos mínimos para um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), incluindo: uma política ambiental da organização, objetivos e metas ambientais, a gestão de aspectos e impactos ambientais (utilização de produtos químicos, resíduos, esgotamento de recursos naturais, energia, emissão de efluentes líquidos e gasosos etc.) e, ainda, o atendimento dos requisitos legais e o ciclo de vida dos produtos.
Em outras palavras, a ISO 14001 ajuda as empresas a identificar e reduzir quaisquer efeitos nocivos que suas atividades possam causar ao meio ambiente. Além dos evidentes benefícios ambientais, as empresas que demonstram seu compromisso com a agenda sustentável colhem ganhos reais e competitividade no mercado. Atualmente, a responsabilidade ambiental é um dos fatores mais importantes para a imagem institucional de uma marca, logo, o reconhecimento da postura ecológica é um diferencial fundamental para a indústria.
Em 2015 foi publicada a mais recente versão da ISO 14001, com a proposta de estreitar a relação entre meio ambiente, sociedade e economia – os três pilares da sustentabilidade – e fortalecer a Gestão Ambiental Estratégica. Uma mudança digna de nota e diz respeito à abordagem do ciclo de vida: a partir de agora a organização certificada deve planejar e implementar medidas de atuação considerando todo o ciclo de vida de suas atividades, produtos e serviços. Além disso, a gestão de risco passa a ganhar nova dimensão, sendo necessária a avaliação metodológica do impacto de possíveis eventos ambientais, negativos ou positivos.
Nem todas as empresas sabem, mas a ISO 14001:2015 entrará em vigência em setembro de 2018 – exatos três anos após a publicação da atualização. Assim, cabe alertar que as certificações já existentes não terão mais validade a partir da data referida. Portanto, recomenda-se que as empresas busquem a renovação até março de 2018, para que o processo esteja devidamente concluído até a data final, 14 de setembro de 2018.
Quando uma organização é certificada ISO 14001:2015, ela pode estar segura de que conta com um Sistema de Gestão Ambiental que contempla todos os requisitos legais aplicáveis, dispõe de objetivos, metas e planos de ação que promovem a melhoria continua do seu desempenho ambiental e, por consequência, minimiza o impacto de suas atividades, produtos e serviços em relação ao meio ambiente.
Sendo a preocupação com o desenvolvimento sustentável uma pauta de destaque em todo o mundo, o certificado ISO 14001 pode ser o elemento que separa as empresas bem-sucedidas das malsucedidas em exportações. Afinal, diversos países exigem a certificação em suas transações de importação, o que pode reduzir ou até dizimar as chances de empresas brasileiras à procura de oportunidades de negócios no mercado externo.
Para obter o certificado, é necessário que a empresa procure uma certificadora acreditada por organismos de acreditação com reconhecimento internacional. A instituição contratada terá auditores de conformidade especializados na averiguação dos padrões e regras estipulados pela ISO, como é o caso da Intertek, certificadora global acreditada pela ANAB (ANSI-ASQ National Accreditation Board).
Gerente de Auditoria e Certificação de Sistemas, líder global no segmento de testes, inspeções e certificações, atuante em mais de 100 países (marcos.conde@intertek.com)