Gestão Ecológica ou Ecomanagement

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A proposta da gestão ecológica ou também conhecida como ecomanagement surgiu com Ernest Callenbach e colaboradores do Instituto Elmwood e tinha como objetivo a mudança de pensamento e de ação dos gestores, objetivando uma redução dos impactos ocasionados pelas suas atividades empresariais. A proposta estabelecia prioridades e criava um plano de ação para o estabelecimento de melhorias de maneira sistemática. Para eles gestão ecológica e gestão ambiental são distintas, sendo que o termo ecológico possui uma abrangência maior e mais profunda. (Cf. NASCIMENTO; LEMOS;MELLO, 2008, pg. 179)

Para Callenbach e outros defensores da gestão ecológica, como Fritjof Capra, físico de renome e fundador do Instituto Elmwood, a gestão ambiental seria mais defensiva e reativa, enquanto a gestão ecológica possui uma abordagem mais ativa e criativa, objetivando a minimização dos impactos ambientais causados pelas organizações, tornando suas ações ecologicamente corretas. O pensamento da gestão ecológica também leva da expansão para a conservação, da quantidade para a qualidade e da dominação para a parceria. Os apoiadores da gestão ecológica criaram o termo “novo paradigma” para explicar este novo pensamento e novo sistema de valores, em conjunto com as novas percepções e práticas. (Cf. NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008, pg. 180)

gestão ecológica

A seguir temos um quadro comparativo entre gestão ambiental (considerada superficial) e gestão ecológica (considerada profunda).

Gestão Ambiental (“superficial”) Gestão ecológica (“profunda”)
Paradigma mecanicista Visão holística e sistêmica
A auditoria ambiental e outras práticas administrativas ambientais não questionam o paradigma organizacional dominante. A ecoauditoria questiona o paradigma organizacional dominante e envolve a passagem do pensamento mecanicista para o pensamento sistêmico.
Estas ferramentas ambientais vêem a organização como uma máquina que pode ser controlada e adotam o quadro de referência da economia tradicional. A gestão ecológica percebe o mundo, a natureza, o organismo humano, a sociedade e as organizações como sistemas vivos, cuja compreensão não é possível apenas sob o prisma econômico.
Na auditoria de cumprimento podem ser aplicados métodos baseados unicamente na quantificação, já que as regulamentações e normas governamentais são quantificadas. Isto reforça o status quo e não fornece orientação alguma para a solução de problemas ambientais urgentes, não contemplados nas medidas governamentais. Como a organização é vista como um sistema vivo, ela não pode ser rigidamente controlada por meio de intervenção direta. Porém, pode ser influenciada pela transmissão de orientações e emissão de impulsos. Esse novo estilo de administração é conhecido como administração sistêmica.
Visão antropocêntrica Visão não antropocêntrica
Está associada à ideia de resolver problemas ambientais em benefício da organização. É motivada por uma ética ecológica e por uma preocupação com o bem-estar das futuras gerações.
Carece de uma dimensão ética e suas principais motivações são a observância das leis e melhoria da imagem da organização Seu ponto de partida é uma mudança de valores na cultura organizacional (mudança no pensar e agir dos gestores).
Ideologia do crescimento econômico Sustentabilidade ecológica
A gestão ambiental não questiona a ideologia do crescimento econômico, que é a principal força motriz das atuais políticas econômicas e, tragicamente, da destruição do ambiente global. A gestão ecológica implica o reconhecimento de que o crescimento econômico ilimitado num planeta finito só pode levar ao desastre.
Busca incessantemente o crescimento econômico irrestrito, entendido em termos puramente quantitativos como a maximização dos lucros ou PNB. A gestão ecológica faz uma restrição ao conceito de crescimento, introduzindo a questão da sustentabilidade ecológica como critério fundamental de todas as atividades e negócios.

            Fonte: adaptado de Callenbach et al. apud NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008, pg. 181)

No século XXI teremos cada vez mais mudanças ecológicas afetando os negócios das empresas. Por isso uma mudança estratégica e de pensamento será necessária nas empresas, baseada nos princípios do desenvolvimento econômico e sistêmico. Neste sentido a gestão ecológica terá grande importância na elaboração de novos paradigmas empresariais.

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