Aquecimento global e mudança de hábitos

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Nunca se deu tanta importância aos assuntos relacionados ao aquecimento global como nos últimos anos. Esse tema tem estado presente nos discursos de governantes, ambientalistas, economistas, cientistas, estudantes, enfim, em todos os setores da sociedade moderna.

Há décadas pesquisadores alertavam que o planeta sentiria no futuro o impacto do descuido do homem com o ambiente. As catástrofes causadas pelo aquecimento global se tornaram realidades presentes em todos os continentes do mundo.
O aquecimento global refere-se, de forma simplificada, ao aumento da temperatura média do planeta, que se verificou nas décadas mais recentes e à possibilidade da sua continuação durante o corrente século. Ainda é objeto de muitos debates entre os cientistas se as causas desse aumento são naturais ou antropogênicas, embora muitos meteorologistas e climatólogos tenham recentemente afirmado que consideram provada a influência da ação humana na ocorrência do fenômeno.
Há diversas evidências de que a temperatura global aumentou. Os termômetros subiram 0,6°C entre meados do século XIX e o início do século XXI – desses, 0,5°C apenas nos últimos 50 anos. Outra evidência é a elevação de 10 cm a 20 cm no nível dos oceanos nesse período. Além disso, as regiões glaciais do planeta estão diminuindo: em algumas zonas do Ártico, por exemplo, a cobertura de gelo encolheu até 40% em décadas recentes. Cientistas também consideram prova do aquecimento global a diferença de temperatura entre a superfície terrestre e a troposfera – zona atmosférica mais próxima do solo.
O IPCC – Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas – estabelecido pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988, em seu relatório mais recente, afirma que a maioria do aquecimento observado durante os últimos 50 anos deve-se muito provavelmente ao efeito estufa, causado pelo aumento nas concentrações de gases estufa de origem antropogênica.
Assim, um quadro que até recentemente parecia impensável tornou-se realidade na forma de um desafio que exige não apenas conhecimento e tecnologia para solucioná-lo, mas também uma mudança de hábitos de toda humanidade em relação ao meio ambiente. Se ainda não se consegue uma solução definitiva que cesse ou ao menos diminua o ritmo do aquecimento global, urge que utilizemos os recursos naturais de forma mais racional e eficiente.
Cientistas e engenheiros defendem que a solução para o aquecimento global exagerado está no desenvolvimento de tecnologias energéticas que emitam menos dióxido de carbono.
As ações governamentais e as ações da indústria nesse sentido são, sem dúvida alguma, imprescindíveis, mas a colaboração de cada ser humano é de suma importância, uma vez que esse combate pode começar dentro de nossas próprias casas. Ações simples em nosso cotidiano podem colaborar consideravelmente para reduzir a emissão de gases estufa, notadamente aqueles gerados pelo consumo de combustíveis fósseis. Eis algumas dessas ações:

  • plantar árvores;
  • evitar banhos demorados;
  • desligar aparelhos eletrônicos, quando estes não estiverem em uso;
  • reciclar o lixo doméstico;
  • ir caminhando ao supermercado ou padaria em vez de ir de carro;
  • fazer rodízio de carro com os vizinhos que vão para um mesmo lugar;
  • trocar lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes;
  • evitar o desperdício de água potável;
  • ao sair de um cômodo apague a luz;
  • utilize mais o transporte coletivo e menos o individual;
  • regule os motores dos veículos para reduzir e melhorar as emissões de gases, entre tantas outras.
Tais ações não implicam necessariamente em redução de conforto, porque o que se pretende com estas ações é utilizar a energia e os recursos disponíveis de forma eficiente, ou seja, utilizar menos para se obter o mesmo serviço. Implicam sim, um senso de responsabilidade para com o meio ambiente e com aquilo que ficará para as próximas gerações. Temos o domínio sobre a natureza, mas também a responsabilidade de cuidar dela.
Referências Bibliográficas
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano, compaixão pela terra.
Petrópolis: Vozes, 1999. BRANCO, Samuel Murgel. Energia e meio ambiente. 2. ed. São Paulo: moderna, 2004. p. 14-15 (Coleção Polêmica)
Consórcio CDS/UnB – Abipti – Ciência & Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável, Brasília, 2000.
IDEC. Consumo Sustentável – Manual de Educação. Brasília. 2002.
WALDMAN, Mauricio, SCHNEIDER, Dan. Guia ecológico domestico.
São Paulo: Contexto, 2003. p. 76/85.

Autoria: Maria do Carmo Migliani
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