Fraternidade e Amazônia “Vida e Missão neste chão”, foi o lema da campanha da fraternidade 2007, onde a Igreja Católica do Brasil, suscitou a todos os católicos a preocupação com este pedacinho de Brasil tão querido para nós e para o mundo inteiro, patrimônio da humanidade. Que os brasileiros, voltem seus olhares para a Amazônia, terra de tantas riquezas naturais, culturais e econômicas, mas também de tantos conflitos pela posse de terras, de exploração gananciosa e sem limites, da imprudência e descuido com este enorme patrimônio mundial, dos indígenas perturbados e agredidos, do crescimento caótico dos centros urbanos, de missionários agredidos por pregarem a paz, a união e a justiça, da falta de atendimento aos fiéis católicos desejosos de terem um consolo espiritual; enfim uma Amazônia que é nossa família e está carente de atenção, pois é foco de grandes contradições.
“Vida e Missão neste chão” vem conscientizar-nos também da importância de cuidarmos da nossa “Amazônia”, que assim entre aspas significa o nosso ambiente de vida, o local onde habitamos, a nossa casa no planeta Terra, as pessoas com quem convivemos em nosso dia-a-dia. Segundo Jaime Balmes, “o que falta, em geral, ao homem e à sociedade não são boas regras, é a aplicação das boas regras, não são as boas leis, é o cumprimento das boas leis, não são boas instituições, é a genuína realização das boas instituições.
A mão do homem é terrível para estropiar e falsear. Deixai que ele toque uma coisa qualquer, e há de despedaçá-la ou torcê-la.” Infelizmente o homem mesmo cria as instituições das quais necessita para sobreviver melhor neste mundo e pouco depois as deforma com o mau uso ou desobediência aos princípios que devem ser seguidos para o bem de todos na comunidade, estado ou nação. Sempre arranja um jeitinho, que não é só brasileiro, mas do mundo inteiro, para se furtar da observância às leis e às instituições estabelecidas. Assim a natureza é desrespeitada, as culturas diferentes são discriminadas, o ser humano semelhante é tratado com desprezo, autoritarismo ou deboches, Deus é colocado de lado e a sociedade vira este caos a que estamos presenciando. A própria natureza se vira contra o Homem, pois pela lei natural ela deve ser respeitada e venerada como criatura de Deus, feita para um uso devido, sem destruição, para que as gerações futuras possam desfrutar de todo o seu potencial.
Mas, o ser humano a quem Deus deu a vocação de construir, anda provido de um espírito destruidor vindo não sei de onde, um espírito do mal que depreda não só o meio ambiente, mas todo o ambiente em que vive: social, econômico e religioso, tornando o mundo inabitável pelas divergências e imposições radicais de seres que pela vontade de Deus seriam anjos de construção e paz para o mundo e na verdade se tornaram demônios de discórdias, destruições e maldades.
Precisamos repensar Dante Alighieri: “Considerai a dignidade de vossa origem; não fostes criados para viver como brutos, mas para cultivar a virtude e a ciência.”