1. INTRODUÇÃO
Moçambique é um País com vasta superfície terrestre e que abrange grande parte do litoral este de áfrica austral e é banhado pelo oceano índico. A sua configuração geográfica e diferentes relevos fazem deste, um País com variados Climas subtropicais, conferindo-lhe uma vasta diversidade de ecossistemas. O País possui baixa densidade populacional se comparando com muitos países do Mundo e esta população se encontra mais concentrada em centros urbanos devido ao êxodo de pessoas do campo para cidades, a procura de proteção, em tempo de guerra fria que assolou Moçambique durante 16 anos, após a independência, fazendo com que grande parte das florestas se encontrassem pouco exploradas sem intervenção abusiva do Homem.
Além disto, o País possui várias biodiversidades terrestre e marinha dando ao País uma riqueza inimaginável.
Existem zonas definidas como áreas de reserva e de proteção da flora e da fauna bravia como também áreas de proteção da biodiversidade marinha.
Embora o País tenha instituições ligadas à proteção dessas reservas e de ecossistemas marinhos munidos de guardas florestais ou de fiscais florestais, estes não possuem capacidade para controlar na sua totalidade, devido à falta de meios apropriados para tal associados ao grande índice de corrompimento destes por partes de agentes que exploram esta riqueza para próprio beneficio.
2. A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
2.1. Biodiversidade Marinha e dos Rios
Moçambique é banhado pelo oceano índico em toda a sua faixa este.
Além disso, possui diversos rios de grandes dimensões tendo um dos maiores de África, o Zambeze (o 3º maior de África) vindo de outros Países de África e desaguando na Costa Moçambicana, transportando consigo muitos nutrientes para desenvolvimento de uma biodiversidade marinha ampla.
Desta biodiversidade parte dela serve como fonte de alimentação e de rendimento para o País com exportações para países o qual não são privilegiados por uma costa marinha ou de fraco recurso marinho.
Contudo devido à grande procura deste produto no mercado mundial, faz com que a sua captura seja em alguns casos excessiva se tomarmos em conta que hoje em dia os sistemas de pescas estão desenvolvidos, ameaçando algumas espécies de extinção (exemplo disso são as pescas de arrasto). O sistema de segurança costeira em Moçambique é muito fraca ou inexistente. Hoje o próprio País não tem em conta de quantos navios pesqueiros ilegais se encontram nas águas moçambicanas praticando atividades pesqueiras. Portanto não tem idéia do tamanho da destruição do ecossistema e da Biodiversidade Marinha e se por “lapso” se interceptam ilegais a praticarem estas atividades, estes não sofrem nenhuma sansão punitiva visto que ha uma facilidade corromper o sistema de fiscalização.
2.2 Biodiversidade Terrestre (Fauna e Flora)
2.2.1 Fauna
Tendo em conta que grande parte da população Moçambicana esteja concentrada em Centros Urbanos, (Cidades, Vilas e Localidades) encontramos vastas áreas florestais com muito baixa densidade populacional ou inexistência da população. Hoje essas áreas possuem uma grande diversidade de animais bravios que foi crescendo durante os últimos 16 anos após o término da guerra fria, tendo em conta que a população que era rural e que fugiu da guerra, hoje se transformou em urbana e nunca mais regressou para suas zonas de origem.
Devido ao fraco sistema de comunicação, é difícil saber-se se a fauna bravia esta ou não ameaçada por caçadores furtivos. Não se houve notícias desse gênero. Isto mostra o fraco sistema não só de informação como também de proteção da fauna bravia. Contudo tem-se notado que a fauna bravia Moçambicana esta em crescente desenvolvimento. Os parques Nacionais e as reservas começam a ter um número considerado de diversidade animal, coisa que já não existia no período da guerra.
2.2.2 Flora
A Flora Moçambicana é vasta e diversificada, encontramos biodiversidades diferentes na zona Norte, Centro e Sul do País; da zona costeira possui vastas áreas de planícies e no interior, vastas áreas constituídas por planaltos e montanhas, com temperaturas baixas em relação às zonas costeiras de planície. Encontramos variedades de plantas desde medicinais à plantas para exploração de madeira de diferentes tipos e muitas delas de alta qualidade e de muita procura no mercado estrangeiro, tendo como exemplo o Pau Preto, Jambire, Chanfuta, Pau Roza, Pau ferro, Sândalo, de entre outros.
Devido a dureza da sua madeira o que lhe confere essa qualidade excelente, estas árvores levam muito tempo a crescerem e podem viver muitos anos. Tendo em conta que até a pouco tempo essas árvores se encontravam em florestas, muitas delas ainda virgem e sem a intervenção do Homem, puderam crescer e viver muitos anos, conferindo-lhes grande robustez, sendo alvos dos madeireiros que vão a estas zonas para abate de arvores e corte dos seus troncos para madeira.
A principio, a exploração de madeira não constituía perigo de destruição do meio ambiente (floresta) porque a sua exploração era artesanal e não industrial, embora nunca houvesse reposição da mesma ou novas espécies após o abate de uma árvore.
Nos últimos anos, com a entrada em Moçambique de exploradores estrangeiros (grande parte originária da China), a exploração de madeira deve ser vista como uma ameaça a biodiversidade e da flora Moçambicana, e de destruição da natureza sem precedentes, visto que a destruição põe também em perigo a fauna bravia e outras biodiversidades locais.
Hoje o abate e corte de madeira esta em proporção alarmante. A fiscalização florestal não consegue conter esta barbaridade. Em Moçambique, com situação de salário baixo, os funcionários públicos ganham uma miséria. – O funcionário para a área de fiscalização florestal não foge a esse exemplo – Sendo assim “banhado” pela necessidade de ganhar ainda mais como forma de melhorar a sua vida e pela ignorância em relação às conseqüências negativas futuras que possam advir ao ecossistema local, facilmente são corrompidos, impedindo que agentes que efetuam atos ilegais contra a exploração dos recursos naturais, sejam punidos, contribuindo deste modo para a degradação da natureza e do meio ambiente local.
Também neste “barco” de agentes destruidores da natureza se encontram algumas populações locais, no geral pobres, que facilmente encontram a atividade de venda de madeira como uma fonte alternativa de rendimento e que por sua vez os exploradores estrangeiros compram-na e exportam para seus Países.
O grande problema nisto tudo não é em si o corte de madeira, mas sim a não seleção de árvores em condições de serem aproveitadas para a obtenção do requerido “produto”, destruindo deste modo árvores que não tem diâmetros suficientes para corte de madeira, o que muitas vezes são rejeitados pelos compradores e posteriormente aproveitados para a o fabrico de carvão vegetal. Esta população não repõe arvores abatidas. Esta população enganada por alguns trocados oferecidos por exploradores (muitas vezes já ricos e que dizem estarem a investir no País) não tem noção da tamanha destruição que eles próprios estão executando para o próprio meio ambiente onde habitam. Para eles é só mais uma fonte de rendimento para sustento familiar; é uma forma de ganhar para melhorar a sua vida. A sua atitude não é vista de uma forma negativa, mas sim uma oportunidade de negócio e de melhoramento de vida.
Tratando-se de pessoas ignorantes em matéria de destruição do meio ambiente em que habitam é difícil julgá-los pelos atos bárbaros a que estão cometendo.
Contudo há necessidade urgente de sensibilizá-los de forma a terem noção do ato que estão cometendo. Esta sensibilização contará com uma divulgação de mensagens educativas sobre o meio ambiente e até educação ambiental básico nestas áreas rurais como forma de abrir suas mentes e terem peso de consciência das barbaridades que estão sendo feitas contra a natureza.
Embora esta sensibilização não influencie no término de exploração de madeira como fonte de rendimento, ajudará no cultivo de suas mentes, na conscientização ambiental e na seleção de espécies e seu dimensionamento para o abate e exploração desta matéria para sua atividade comercial como também ajudará na reposição de novas plantas da mesma espécie para reflorestamento das áreas exploradas.
Outro problema é a existência de grandes entidades no Governo que tem ações nessas empresas madeireiras estrangeiras ou que foram já corrompidas e que agora não têm voz para fazer parar o excessivo abate de árvores para exploração da madeira, para exportação. Em alguns casos funcionários sérios ligados ao controlo da exploração dos recursos naturais são sancionados ou sofrem represálias dos seus superiores corruptos, contribuindo deste modo para a desmotivação de controle e aumento da corrupção e degradação acelerada das florestas e seu meio ambiental.
2.2.3 Exploração Mineira
Esta atividade tem muitas vezes destruídos vários ecossistemas em locais onde ela é implementada. Em Moçambique esta atividade não é muito comentada pelos sistemas de informação sendo que muitos locais de extração mineira ser de caráter artesanal e estarem no anonimato, mostrando que o País não tem capacidade de exploração nem controlo e/ou gestão de sua extração. A atividade de extração mineira mais ativa em Moçambique é a da exploração do carvão mineral (de caráter industrial) e a exploração de ouro (de caráter artesanal) hoje temos também a extração de areias pesadas mármores e gás natural(industrial).
Felizmente esta atividade ainda não é ameaça ao meio ambiente no País nem ao seu ecossistema.
2.2.4 Zonas Industriais
O nível de emissão de gases poluentes das indústrias Moçambicanas no geral não é assustadora se compararmos com países desenvolvidos e industrializados do mundo inteiro – hoje Moçambique vive de importação de produtos de consumo interno devido à falta de grandes indústrias transformadoras no País.
Dentre varias existentes no País, das fábricas poluidoras existentes em Moçambique se destacam as seguintes: A Fábrica de Cimento e a de Alumínios – estas têm grandes efeitos nocivos e de impacto negativo principalmente para o ambiente que o rodeia, abrangendo o ecossistema ali existente e criando graves problemas as populações circunvizinhas. Contudo a falta de conhecimento real sobre o grau de poluição é do tamanho risco que as pessoas correm faz com que elas passem despercebidas em relação a sua nocividade visto que por questões políticas e de interesses privados, serem omitidas algumas informações que visam minimizar a gravidade da real situação de contaminação ambiental. Outros graves riscos para o ambiente que poderá criar um impacto negativo forte é a proposta da criação de novas refinarias de petróleo e áreas já identificadas e com grandes biodiversidades marinhas como é o caso de Naca-Porto que existe um ecossistema marinho formado de corais marinhos.
3. CONCLUSÃO
-Devido a sua posição geográfica e existência de uma bacia hidrográfica ampla e grande costa marinha e diferentes relevos que lhe confere diferentes climas subtropicais, Moçambique possui uma biodiversidade considerável que faz deste País rico em recursos naturais.
-Contudo a fraqueza na gestão destes recursos ameaça a manutenção dos mesmos e põe em risco a sua existência. Esta fraca gestão é condicionada pela:
* Falta de meios técnicos, científicos e morais de controle e de gestão;
* Falta de conhecimentos sobre impactos ambientais que possam surgir com a exploração desenfreada desses recursos por parte dos agentes de gestão desses e a maioria dos exploradores;
* Exploração desenfreada na obtenção desses recursos como forma de aquisição de riqueza fácil em curto espaço de tempo, pelos exploradores “furtivos” e pelas grandes entidades corruptas.
* Ignorância em matéria de gestão ambiental e de sensibilização na proteção do planeta.
-Como forma de proteger o nosso ambiente para que futuramente não possamos ser castigados pela destruição do nosso ecossistema devemos criar mecanismos que visão melhorar o controle e gestão do meio ambiente em que vivemos. Estes mecanismos não devem estar ligado só às entidades de controle, como também ligados à população alvo, criando para isso sistemas de ensino e de “incutimento” de atitude “ambientalista” e de proteção do nosso planeta. Entre tais mecanismos podemos destacar alguns considerados importantes:
– Introdução de educação ambiental nas Escolas;
– Criação de encontros educativos nas comunidades;
– Sistema de comunicação social sobre meio ambiente através de informações em rádio, televisão, panfletos e outros;
– Criação de fiscais comunitários em áreas rurais;
– Melhoramento de conhecimento sobre gestão ambiental para agentes de fiscalização.