Hotspots – pontos quentes de alta biodiversidade

0
3440

Os Hotspots são áreas naturais com elevado grau de devastação e fragmentação que, apesar disso ainda abrigam espécies animais raras, não encontradas em nenhum outro lugar do planeta. São 25 áreas naturais em todo o mundo, nas quais a presença humana foi íntima e constantemente perturbadora nos últimos séculos. O Brasil é o país campeão de Megadiversidade, (país com os mais altos índices de riqueza natural do mundo), tendo maior número de espécies do que qualquer outra nação. Possui também o maior bloco de área verde do planeta, a Floresta Amazônica. Em território brasileiro podem ser encontrados 2 Hotspots importantes, a Mata Atlântica e o Cerrado. Os dois principais critérios para identificação de uma área como Hotspots são o número de plantas endêmicas (exclusivas do local) e o grau de degradação de seu hábitat original. Pra entrar na lista dos 25 pontos críticos, uma área deve possuir pelo menos 1500 plantas endêmicas e estar reduzida a 25% ou menos de sua vegetação original. A relação divulgada pela Conservation International não inclui a Amazônia, por ela não ter sofrido destruição nas mesmas proporções que os outros Hostspots.

ORIGEM, CONCEITO E EVOLUÇÃO DOS HOTSPOTS

Definidas como Hotspots, as 25 regiões mais ricas em Biodiversidade do Planeta e sob ameaça foram identificadas e apresentadas no livro “Hotspots – The Earth´s Biologically Richest and Most Endangered Terrestrial Ecoregions”, de autoria de Russel A. Mittermeier, presidente da Conservation International, que durante três anos esteve coordenando o levantamento e análise de dados junto a uma equipe de mais de 100 cientistas de 40 países.biodiversidade hotspots

A pesquisa científica conclui que as regiões críticas de conservação representam apenas 1,4% da superfície terrestre, porém concentram mais de 60% das espécies vivas. Os critérios para definir os Hotspots consideram o número de plantas endêmicas – pelo menos 1500 espécies que existem somente em uma determinada ecorregião – e o grau de degradação de seu habitat original – foram selecionadas áreas com 75% de sua vegetação original reduzida. Os conservacionistas, todavia, não negam a existência de outras áreas sob ameaça de extinção, porém alegam ser mais importante definir prioridades, para que se possa aumentar a eficiência das ações e investimentos em conservação. “Nas próximas décadas, estaremos à beira de um precipício. Se não reagirmos agora, nós provavelmente perderemos um terço, talvez até metade, de todas as formas de vida com as quais compartilhamos o Planeta. A estratégia dos Hotspots é uma maneira de priorizar os esforços de conservação”, explica Mittermeier. Dentro do continente americano, dois dos oito Hotspots estão no Brasil: a Mata Atlântica e o Cerrado. Este último, apesar de visto como um bioma árido, está entre as dez regiões mais ricas do mundo em biodiversidade. A Mata Atlântica está entre os cinco primeiros locais em números de plantas endêmicas , ocupa o terceiro lugar em variedade de anfíbios endêmicos e sexta posição quanto ao número de aves. Esforços vêm sendo realizados na esfera de proteção ambiental, fornecendo pontos de apoio para a elaboração de um plano de ação. Na avaliação de Roberto Cavalcanti, presidente da Conservation International no Brasil, políticas de incentivos fiscais podem ser uma solução para garantir a proteção dos 25 Hotspots, cujo custo foi avaliado em US$ 500 milhões por ano.

CONCLUSÃO

Destruição da camada de ozônio, chuva ácida, erosão, poluição do ar, do solo e da água…Estes problemas, combinados com a pressão do crescimento populacional nos países em desenvolvimento e o consumo desenfreado nos países desenvolvidos, apresentam uma ameaça à vida no planeta. No entanto, por mais sérios que sejam, não se comparam ao efeito amplo devastador que a destruição em grande Escala da biodiversidade tem sobre o meio ambiente. A destruição da biodiversidade, ou seja, a perda das espécies existentes na Terra é irreversível. Nada pode compensar o prejuízo inigualável da extinção de espécies. Alguns dos Hotspots já tiveram sua área reduzida a menos de 10% de sua extensão original. É o caso de Madagascar (9%), da Mata Atlântica (cerca de 7%) e das Filipinas (3%). A grande maioria dos Hotspots (16 dos 25) estão situados na região tropical do planeta. A Conservation International tem se dedicado a fortalecer e expandir o envolvimento do setor privado com a proteção do meio ambiente. Não bastam que estes projetos sejam destinados apenas a frear a devastação. Pra serem eficazes, é preciso que eles procurem compatibilizar a presença humana e as ações diretamente voltadas para a preservação. A mensagem básica propõe que a conservação dos recursos naturais não é incompatível com o desenvolvimento econômico e social, desde que a sociedade esteja consciente de que os ecossistemas são limitados e que a extinção é para sempre.

Autor: Fabiano Rodrigues de Carvalho

BIBLIOGRAFIA

GIOVANNI, Maria Cristina, JUNQUEIRA, Eilda Almeida, TUONO, Silvia Guena. História: Compreender para aprender . São Paulo: FTD, 1998.

GIOVANNI, José Ruy, GIOVANNI JR., José Ruy. Aprendizagem e Educação MATEMÁTICA. São Paulo: FTD , 1990.

MESQUITA, Roberto Melo, MARTOS, Cloder Ruivas. PORTUGUÊS Linguagem & Realidade. São Paulo Editora Saraiva, 1996.

PIFFER, Osvaldo Líscio de Oliveira. As Américas no contexto mundial. São Paulo: IBEP, 1999

CARDOSO, Alcina M.S. Gonçalves, Heitor A., CARDOSO, Marcos A. CIÊNCIAS da escola para a vida. Belo Horizonte: ED. Lê, 1996.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here