Num vale florido, o perfume envolvia as abelhas que trabalhavam,
com muito entusiasmo, compondo um belo cenário com borboletas e beija-flores felizes.
Corria por ali a notícia que homens armados contra a Natureza estavam chegando.
Ali, nesse paraíso, as flores estavam tristes e foram procurar as árvores
mais velhas. Convocaram a espada-de-são-jorge, comigo-ninguém-pode,
os espinhos da coroa-de-cristo e partiram determinadas.
Debaixo de uma frondosa árvore, pediram um conselho: o que fazer para
convencer ao homem que gosta de destruir a vida, para que se arrependa
e comece a reconstruir e a preservar… Aquela senhora árvore
centenária, indignada, desabafou:
-A nossa expectativa de vida pode chegar a centenas de anos de vida útil,
sem esclerose, osteoporose, lordose… que tanto afligem os humanos.
O maior perigo é a serra elétrica, o machado, o fogo.
A rosa concordou e acrescentou:
– O maior perigo de todos é o homem sem educação.
Então as flores deram-se as mãos e decidiram propor que todo homem
destruidor e vil fosse educado, desde menino, para plantar
o das casas, das escolas, das empresas,
das igrejas, porque quanto mais cedo a criança aprender a amar
o planeta Terra, maior é a chance de começar a prevenir e a preservar a Natureza.
Aí, animação geral! Veio o Boca-de-lobo prometeu mais ação, ao invés
de criticar por criticar. dama-da-noite, tão sumida, ultimamente,
disse que a noite é uma criança e quer voltar a perfumar o espaço dela.
A noite foi chegando e as flores se recolheram com a promessa
de juntar-se aos homens não só nas horas tristes e dolorosas.
Elas querem voltar com todo o esplendor e formosura,
espalhando graça e perfume para receberem com
o cálice transbordante de néctar os beija-flores.