O que representa o animal selvagem para a vida humana?

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Pode-se dizer que a vida selvagem de uma região é o conjunto dos seres vivos – animais e plantas, que possuem capacidade de sobreviver e procriar livremente na natureza. Os animais que vivem em estado selvagem são elementos que formam a vida selvagem, compondo a fauna local, a qual consiste no conjunto dos animais que vivem em uma determinada área.

Muitos moradores do centro urbano não conseguem entender o porquê de tanta preocupação que a fauna silvestre tem gerado nos últimos anos, devido ao alarmante ritmo de extinção desses animais, já que eles parecem tão distantes e sem importância, pelo menos aparentemente.

Essa preocupação com a fauna silvestre, e com a biodiversidade como um todo, foi mais bem compreendida com o surgimento da biotecnologia, que permitiu observar que a quantidade de biodiversidade de um país é diretamente proporcional à quantidade de produtos possíveis de serem desenvolvidos e industrializados.

A fauna selvagem é um recurso natural pouco conhecido, pois raros são os especialistas neste assunto. Entre os interesses que ela proporciona à coletividade humana, podemos destacar o equilíbrio dos ecossistemas em geral, a importância na alimentação, na exploração turística, na educação, entre outros.

Eles equilibram o ecossistema, pois muitos animais são vitais à existência de muitas plantas, como agentes polinizadores ou como dispersores de sementes que necessitam passar por seu trato intestinal, sem contar que praticamente todos os animais são excelentes agentes adubadores. Além disso, todos os animais têm uma importância na cadeia alimentar e quando um animal é retirado dessa cadeia o equilíbrio do ecossistema fica comprometido.

Dessa forma, a fauna tem importância primordial na existência e desenvolvimento das áreas naturais, o que vale dizer ainda que são produtores indiretos dos benefícios econômicos que a exploração da madeira, frutas, resinas florestais, entre outros, podem proporcionar aos homens.

O reino animal e o reino vegetal formam a biosfera que em harmonia permite a sobrevivência das espécies. Quebrar esta harmonia abruptamente pela interferência humana fará com que milhões de espécies entrem em processo de extinção, resultando a médio e longo prazo a própria extinção da espécie humana; de sorte que a manutenção da vida selvagem e da flora natural é primordial para a manutenção da vida global.

Em termos de alimentação, a fauna silvestre foi importantíssima aos nossos ancestrais para a obtenção de alimento, ainda é para muitas tribos indígenas e para o homem dito civilizado, pois, apesar da maioria dos animais que fazem parte da nossa alimentação serem domesticados, outros como peixes, adquiridos pela pesca, não são. Além da alimentação, o homem pode também manter e desenvolver criação de animais silvestres para fim de obtenção de proteína.

Com relação à exploração turística, a cada ano cresce o número de pessoas que procuram os parques naturais para ver os animais selvagens. Só de “birdwatchers” – que são aqueles que observam os pássaros, estima-se que existam mais de 80 milhões, o que representam um potencial econômico importantíssimo, pois necessitam usar hotéis e o comércio próximo às áreas de observação, gerando assim enormes receitas.

Em termos educacionais, a manutenção da vida selvagem também é muito importante, pois possibilita aos jovens o contato com os animais selvagens passando assim a conhecer a vida em seu esplendor primitivo, permitindo que se tirem lições de vida e comportamentais através de sua observação atenta.
Esses benefícios, entre outros, nos faz observar o precioso valor que têm os parques e reservas naturais, no que diz respeito à proteção da natureza. E a grande importância deles não é só de preservação da fauna e flora, possibilitam também a educação ambiental e o turismo ecológico, trazendo este grandes fontes de renda.

A fauna representa excelente recurso em potencial, mas para conseguirmos resultados compensadores precisaríamos de maior organização e amparo a este recurso natural (Guerra, 1980). A biodiversidade não pode ser tratada só como uma “coisa”, mas também como um “bem”. Devido ser essencial para a sobrevivência da humanidade, é necessário considerá-la como um bem público, ao qual todos têm direito.

A destruição da fauna é intensa, tendo em vista as técnicas utilizadas pelos caçadores e pescadores, que não respeitam as épocas apropriadas e determinadas pelo calendário. O Brasil possui boas leis ambientais. O problema é que a maior parte não é cumprida de maneira adequada. Conhecer sobre estes documentos é um passo fundamental para que leis de papel se transformem em direitos de verdade, mas não é somente isso, enquanto não houver uma forma de aumentar a fiscalização para que essas leis sejam, de fato, cumpridas, esse desrespeito continuará a acontecer, infelizmente.

O comércio ilegal da biodiversidade (biopirataria) tem sido um grande problema no Brasil e está relacionado à descoberta do potencial da biodiversidade brasileira, grande extensão territorial, falta de recursos para fiscalizá-la, escassez de recursos naturais no restante do mundo e baixa conscientização de sua importância científico-econômica.

É assustador contemplar o que está acontecendo com os animais silvestres por causa da ambição de muitos. É preciso que algo seja feito, e urgente. Não dá mais para continuar do jeito que está. As leis são importantes, mas leis que não são cumpridas, que não saem do papel, não servem para nada. Mais uma vez, quero ressaltar a importância da fiscalização. Pode parecer difícil conseguir fiscalizar territórios de grande extensão, mas com um pouco de boa vontade é possível sim. É preciso fazer algo hoje para que amanhã não seja tarde demais.

Por mais que a conservação da biodiversidade seja algo muito discutido ultimamente, ainda não há verdadeiramente uma conscientização da imensa importância que ela possui. Se houvesse essa conscientização, haveria muito mais recursos para que essa fiscalização fosse realizada. Recursos para este fim nem podem ser considerados como “gastar” dinheiro, pois eles funcionam como “investimentos” para o futuro.

Não podemos esquecer que cada espécie é única. A perda de uma espécie implica perder definitivamente uma fonte de conhecimento singular e talvez, uma fonte de riqueza e potencial benefício para o homem. E depois que ela for perdida, jamais poderemos desfrutar de seus benefícios.

Pelo exposto, percebe-se que a vida selvagem tem primordial importância no contexto global da terra e influência substancial para o ser humano, tanto biológica como economicamente, de forma que sua proteção é fundamental. Mas, como protegê-la?

A proteção da fauna e flora pode e deve ser feita através de medidas administrativas e legais. A forma administrativa é feita através da criação de unidades de conservação pelo Poder Público como parques nacionais, estaduais e municipais, estações ecológicas, florestas naturais, refúgios da vida selvagem, APAs – Áreas de Proteção Ambiental, Reservas da Biosfera etc. O particular também poderá criar áreas de proteção constituindo Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), autorizadas pelo Decreto federal 1.922, de 5 de junho de 1996.

Há ainda as regras contidas nas convenções internacionais que são adotadas por muitos países, como a Convenção de RAMSAR sobre as zonas úmidas de importância internacional, especialmente como habitat de aves aquáticas e a Convenção sobre o comércio internacional das espécies da fauna e flora selvagem em perigo de extinção, conhecida como CITES, onde relaciona os animais e plantas em perigo de extinção e regulamentam o seu comércio internacional.

Em relação à legislação propriamente dita, no Brasil há muitas leis protetoras da fauna e flora ao qual não vou me aprofundar, contudo vale destacar que a manutenção de um ambiente harmonioso é um direito de todos como define o art. 225 da Constituição Federal.

Podemos concluir que toda a vida selvagem tem importância vital para a manutenção da biosfera e consequentemente para o ser humano e que, só continuará existindo a vida selvagem da forma como ela se apresenta se a inter-relação entre a fauna e a flora não for drasticamente modificada. Desta maneira a preservação das áreas naturais florestadas é de suma importância para a sua manutenção, devendo ser por tudo isso um dos objetivos da humanidade neste século ainda.

Autora: Ariana Brelaz

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