A práxis do homem não é atividade prática contraposta à teoria; é determinação da existência humana como elaboração da realidade.
Karel Kosik
O homem é um ser de relações, um ser que se encontra numa situação de permanente relacionamento com sua própria interioridade, formando assim sua racionalidade, porém sem se afastar dos seus semelhantes próximos e distantes no tempo e no espaço, com os dados objetivos do mundo material que desenvolve sua vida. A vida humana é tecida a partir das relações que o sujeito estabelece com sua natureza, e com o meio ambiente tais relações sinalizam para a concretização das suas atividades e as interações estabelecidas entre o homem e seu meio.
As maneiras como as interações se constituem nesta trama de relações sociais em que tece a existência humana não se caracteriza unicamente pela coletividade gregária do sujeito, mas por um coeficiente de poder que se hierarquiza segundo as relações de coordenação, subordinação, integração e delimitação, que se dão com o surgimento de normas de organização de conduta social. Neste sentido a educação ambiental é um processo fundamental para que ocorra a interação do homem com a natureza. A educação ambiental surge com a pretensão de fundamentar a subjetividade do sujeito por meio da relação homem e natureza, a qual se fundamenta a partir do sujeito, e é validade pelo próprio sujeito.
Compreender como se processa a fluência do contorno humano na contemporaneidade se faz necessário a fim de que se possa estabelecer conexões entre as condutas humanas e sua influência na construção das práticas sociais, e do meio ambiente. Desta forma, buscando refletir sobre a conscientização do homem referente a temática meio ambiente na atualidade, através dos escritos de Benno Sander, cujo fundamento sua teoria da educação baseado nas mudanças sociais e políticas, segundo o autor são processos lentos e complexos, principalmente em contextos multinacionais e multiculturais é aqui que entra o papel da educação ambiental. Na perspectiva de Sander, certas disposições naturais, devem ser orientadas por educadores as quais são fundamentais para que o sujeito conquiste o fim proposto na construção da educação. Para que ocorra esta construção de relação homem e meio ambiente se faz necessário mencionar que o homem é protagonista de toda a problematização que aqui será discutida. O presente trabalho não pretende-se afastar do pensamento transcendental, por acreditarmos que todo o processo da construção da educação ambiental, necessariamente deverá passar pelo crivo da autoconscientização a qual sempre determinará o bem estar social e a existência coletiva.
Sendo assim, o presente estudo busca discorrer sobre a influência do pensamento de Sander na contemporaneidade, onde a educação ambiental determina as normas de convivência, e o princípio do exercício da cidadania está condicionado a administração de fatores sociais e axiológicos que sinalizam os contornos humanos no tempo e no espaço. Investigar os elementos formais da educação ambiental, dentro de uma perspectiva de reconstrução do ecossistema e entendimento contínuo das relações humanas, se faz necessário, uma vez que a sociedade perdeu sua identidade, ou seja, se encontra fragmentada, esta sociedade passou a acreditar que tudo é permitido.
Autores: SILVA, Marco Aurélio da; KAYSER, Aristéia Mariane