Tecnologias de energia limpa reduzem emissão de poluentes

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Uma transformação radical na forma com a qual a energia é fornecida e utilizada será necessária caso o mundo pretenda atingir sua meta de manter o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus Celsius, como previsto pelo Acordo de Paris. No entanto, os impactos ambientais dessa mudança ainda não estão claros.

O Painel Internacional de Recursos, um grupo de especialistas em gestão de recursos naturais ligado à ONU Meio Ambiente, forneceu uma avaliação global sobre benefícios, riscos e compensações do uso combinado de tecnologias de eficiência energética e de energia elétrica de baixo carbono.

Em seu mais novo relatório, lançado na segunda semana de maio, durante fórum em Viena (Áustria), o painel analisou oito tecnologias de eficiência energética e 36 sub-tecnologias dos setores de construção civil, indústria e transportes.

O relatório concluiu que a produção de energia de baixo carbono e as tecnologias de eficiência energética são necessárias para uma redução substancial das emissões globais de gases do efeito estufa.

O relatório mostrou que enquanto há claros benefícios ambientais com o uso dessas tecnologias, particularmente nas reduções da emissão de gases do efeito estufa, poluição do ar e do uso da água e da terra, há também considerações a serem feitas, como um maior uso de metais.

“Estamos no caminho certo. Sabemos que limpar o ar que respiramos nos trará enormes benefícios tanto para a saúde humana como ambiental, e sabemos, também, que a energia de baixo carbono pode nos ajudar a reduzir os danos provocados pelas mudanças climáticas”, disse Erik Solheim, diretor-executivo da ONU Meio Ambiente.

“Mas também temos consciência da necessidade de mais ações para a construção de uma economia circular que reduza o lixo e de inovações produtivas que também criem novos empregos verdes e criativos.”

Foto completa
O relatório é importante porque apenas tendo uma foto completa dos impactos das tecnologias de baixo carbono por todo seu ciclo que os governos e reguladores poderão adotar políticas para maximizar seus benefícios ambientais.

O documento comparou dois cenários — uma elevação de 6 graus Celsius da temperatura global e um cenário em que a meta global de aumento de até 2 graus Celsius seja atingida. O relatório concluiu que a produção de energia de baixo carbono e as tecnologias de eficiência energética são necessárias para uma redução substancial das emissões globais de gases do efeito estufa.

No cenário de até 2 graus, as tecnologias combinadas têm o potencial de reduzir cerca de 25 bilhões de toneladas por ano de emissões de gases do efeito estufa até 2050, 34% menos que as emissões esperadas para o período caso nada seja feito.

Emissões evitadas
As tecnologias de energia de baixo carbono evitam mais do que as emissões de gases do efeito estufa. O relatório concluiu que no cenário de aumento de até 2 graus Celsius, mais de 17 milhões de toneladas por ano de material particulado (PM, resíduo da queima de combustíveis fósseis) e mais de 3 bilhões de toneladas de emissões tóxicas para humanos poderiam ser evitadas.

As tecnologias de energia de baixo carbono também aliviam a pressão sobre a terra e a água, mas podem aumentar a pressão sobre recursos metálicos. Mais de 200 bilhões de metros cúbicos de água por ano e quase 150 mil quilômetros quadrados de terra poderiam ser poupados até 2050, afirmou o relatório, mas as tecnologias de baixo carbono demandariam mais de 600 milhões de toneladas de recursos metálicos no mesmo período para infraestrutura adicional e fios elétricos.

Até 2050, 90% de penetração das luz de LED, junto com a esperada melhora da eficiência e a descarbonização da geração de energia elétrica, permitiriam que a demanda global por eletricidade crescesse de 2,5 a 3 vezes, com contínua redução do total de energia consumida. Já as tecnologias de energia solar consideradas no relatório reduziriam de 30% a 50% a emissão de gases do efeito estufa de sistemas de aquecimento e esfriamento.

Clique aqui para acessar o relatório.

(Via ONU Brasil)

Fonte: ecodesenvolvimento.org

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