As introduções costumam ser o resultado da má gestão e superexploração das espécies animais.
São definidos três tipos possíveis de introdução de espécies animais em um ecossistema:
- Introdução: É a liberação intencional de indivíduos de uma espécie, em uma área da qual não é nativa, na intenção de estabelecer uma povoação viável e auto-suficiente. Consiste no repovoamento de uma zona com uma espécie alheia, com o objetivo, geralmente, de aumentar a densidade de espécies cinegéticas ou pesqueiras ou para aumento da diversidade e quantidade de populações.
- Reintrodução: É a técnica cuja finalidade é estabelecer uma espécie em uma área que antigamente formava parte de sua área de distribuição, mas na qual atualmente encontra-se extinta. Trata-se de devolver espécies animais a seus antigos domínios populacionais, de onde normalmente tenham sido deslocadas como conseqüência da atividade humana.
- Repovoamento-reforço: É a liberação, por parte do homem, de novos indivíduos de uma espécie ou subespécie em uma zona na qual, todavia, existem indivíduos similares. Normalmente repovoa-se com espécies autóctones na intenção de aumentar sua quantidade, conservá-la ou melhorar seu aproveitamento.
Aspectos negativos
Tradicionalmente as introduções tem apresentado mais aspectos negativos que positivos:
- As introduções de espécies animais, caso as circunstâncias facilitem uma rápida dispersão ou crescimento, podem se tornar incontroláveis, o que alteraria gravemente o equilíbrio das comunidades naturais. Existe a possibilidade de que cheguem a suscitar problemas muito graves.
- Os animais introduzidos podem deslocar espécies ou populações da fauna autóctone dos habitats ocupados por estas.
- Podem ser introduzidas novas doenças infecciosas ou parasitas que afetem tanto as populações de animais autóctones, domésticas e inclusive o homem.
- As espécies animais introduzidas podem causar sérios danos às florestas e cultivos, chegando em certas ocasiões a se converterem em pragas.
- Algumas espécies introduzidas podem cruzar com a fauna autóctone, aparecendo conseqüentemente indivíduos híbridos, diminuindo desta forma a riqueza genética do território e a biodiversidade.
- Caso os recursos empregados nos programas de introdução de espécies se destinassem a melhorar e manter os habitats para a fauna autóctone obteria-se um melhor resultado. Vale à pena concentrar os esforços em conservar e recuperar a própria fauna autóctone e não em acelerar a tendência à uniformização que há no mundo.
Aspectos positivos
- As espécies animais não indígenas podem aproveitar nichos ecológicos não ocupados por nenhuma espécie natural da área. De fato se crê que alguns dos grandes herbívoros da África e da Ásia poderiam viver em ambientes semi-desérticos espanhóis, como na Depressão Central ou nos Monegros.
- A introdução de animais cinegéticos em imóveis particulares pode aumentar a produtividade da caça.
- Combinações acertadas de distintos herbívoros podem aumentar o grau de aproveitamento das pastagens.
- Caso se disponha de suficiente espaço algumas espécies ameaçadas de extinção no resto do mundo poderiam ser introduzidas e bem geridas para a caça, uma vez garantida sua conservação.
- As introduções exitosas levam consigo um aumento da diversidade e variedade de espécies para observar, fotografar, caçar, etc.
Na Espanha há diversas espécies animais que a cada ano são liberadas ou o foram no passado: faisões, perdizes gregas, cervos, codornas e até dromedários africanos nas ilhas Canárias.
Além das introduções conscientes e deliberadas, também existem as acidentais introduções de animais domésticos, ou ainda, de animais que escapam de coleções privadas. Tal pode ser o caso de um animal muito apreciado para terrários, a tartaruga aquática da Flórida (Trachemys scripta), que pode alcançar até meio metro de comprimento quando adulta e que está sendo liberada nas águas continentais espanholas de forma indiscriminada.
As razões expostas mostram alguns dos riscos e perigos representados pelas introduções. Há exemplos de efeitos negativos das introduções em todo o mundo, como pode-se observar no quadro adjunto sobre a história do coelho na Austrália, pelo que qualquer introdução deveria ser acompanhada de um projeto que avaliasse o impacto do animal introduzido sobre a população doméstica e autóctone e sobre todo o ecossistema.
É recomendável, em qualquer caso, muita prudência com as introduções de espécies animais exóticas.