Limites do crescimento

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Autoria: Roberta Celestino Ferreira

Uma das coisas que ficam claras quando fazemos uma retrospectiva deste século é que o destino da economia atual não apresenta mais nenhuma perspectiva de progresso.

Essa economia se sustenta no desmatamento das florestas, extinção de espécies e poluição das águas, o que ocasiona efeitos maléficos como aumento da temperatura e desertificação do solo. Diante disso, é necessário reestruturar o sistema econômico para que o progresso possa continuar. Aí reside a importância do desenvolvimento de uma economia ambientalmente sustentável.

O interessante é que já podemos ver alguns resultados dela no mundo atual. Vemos, por exemplo, que a tecnologia utilizada na captação da energia solar e eólica (dos ventos) tem avançado muito em todo o planeta. Os japoneses já possuem prédios completamente alimentados por energia solar. Esse avanço pôde ser percebido apenas nesses dois últimos anos, o que representa um desenvolvimento considerável. Dois fatores contribuem para isso: o primeiro é a não destruição do meio ambiente e o outro é o baixo custo dessas fontes de energia renovável. O desafio agora é apressar ainda mais esse desenvolvimento. A chave para isso é reestruturar os sistemas de tributação, taxando a utilização de fontes de energia que prejudiquem o meio ambiente. Assim, estaremos contribuindo para o incentivo da energia renovável.

A maior dificuldade para o desenvolvimento da economia sustentável no planeta é que temos uma economia de mercado que não nos diz a verdade. A idéia é taxar os produtos que causam doenças de forma a cobrir os custos com o tratamento de saúde dos cidadãos. Quando o mercado começar a dizer a verdade, os investimentos serão direcionados em busca de um sistema econômico sustentável. Sob o ponto de vista ambiental, o Brasil é uma superpotência. Pela infinidade de recursos naturais, o país tem opções como nenhum outro para começar a progredir em direção a uma economia ambientalmente sustentável. Mas a saúde dessa biodiversidade está sendo destruída. E isso é um erro. Só para se ter uma idéia dessa riqueza, nas florestas do Brasil pode residir à cura para muitas doenças que existem e que ainda vão existir. O país, portanto, tem tudo para se posicionar como um líder nessa mudança. Isso significa que o Brasil tem a chance de não passar por certos estágios de degradação que países como os Estados Unidos estão passando. Pode ir direto rumo às tecnologias que desenvolvem o uso de fontes de energia renovável. Antigamente, quem detinha o petróleo era politicamente forte. No futuro, os recursos biológicos serão mais importantes. E o Brasil está numa posição de comando nesse aspecto. É necessário, portanto, que o país preserve esses recursos.

O futuro do Brasil vai depender, sobretudo, de sua habilidade em proteger sua enorme biodiversidade. O Brasil ainda não caiu em si, isto é, não percebeu a sua importância nesse novo contexto. O Brasil está perdendo muito de sua saúde biológica. Ela está sendo destruída antes mesmo que o país possa se utilizar delas de forma consciente e produtora de riquezas. Na ECO 92, no Rio de Janeiro, o governo brasileiro falou muito sobre proteção das florestas e sua importância biológica. Mas, de fato, o poder público não vem fazendo um bom trabalho nesse aspecto, muitos brasileiros estão desapontados com o lento progresso nesse sentido. O Brasil ainda tem muito que evoluir. Se o Brasil continuar destruindo seus recursos antes que eles sejam conhecidos, não haverá nem biopirataria. A preservação da natureza mundial neste século está sendo um desastre. Nós perdemos mais espécies neste século do que nos últimos milhões de anos. Isso pode piorar no próximo século, ao menos que façamos algumas mudanças. A principal delas é preservar os recursos naturais a fim de estabilizar o clima, pois se ele não se estabilizar, o ecossistema também não o fará.

O fenômeno da devastação do planeta não foi intencional. Tudo o que se queria era expandir a economia, por conta do crescimento populacional. O resultado é que, entre 1950 e 1999, a economia mundial se sextu-plicou, não tendo a economia estrutura para suportar esse crescimento, razão dos desmatamentos, da poluição e outros problemas ecológicos que afetam o mundo. É tempo de se pensar em estabilizar o crescimento populacional e de também consumir de forma a não destruir o que ainda nos resta. Antes o que levava à destruição de civilizações eram problemas locais. Hoje, porém, com a globalização, os danos são maiores e o mundo inteiro sofre com esses problemas. A chave para proteger a natureza é tornar o público consciente da necessidade disso. O mais excitante dessas novas tecnologias, sobretudo da Internet, é prover o acesso a informações que o público em geral não tinha no passado.

Não precisamos entrar no novo milênio para perceber que enfrentamos um grande problema com a devastação dos nossos recursos naturais. Precisamos corrigi-lo, seguindo o caminho da economia sustentável. Esse é o maior desafio da nossa geração. Se nós não corrigirmos esse problema, as futuras gerações não poderão usufruir de muitos recursos naturais.


A autora é Graduada em Bacharelado em Turismo pela Faculdade Piauiense – FAP, pós-graduanda em Projetos Turísticos pela Universidade Gama Filho.

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