O termo carcinicultura refere-se à criação de camarão em cativeiro, seja ele marinho, seja de água doce. O camarão tem sido historicamente um dos produtos pesqueiros mais comercializados no mundo, com a maior parte de sua produção ocorrendo na Ásia e na América Latina (FAO, 2020a).
A carcinicultura teve início no Brasil entre os anos de 1972 e 1974 quando estudos com diversas espécies de camarões pertencentes à família Penaeidae foram desenvolvidos, sendo o Litopenaeus vannamei uma das espécies com melhores resultados. Essa espécie começou a ser cultivada na década de 1980 e acentuou-se nos primeiros anos da década de 1990 e desde então, tem evoluído em áreas antes inimagináveis para esta espécie, explorando novas fronteiras até para o seu cultivo em águas interiores, em diversos sistemas de cultivo e utilizando-se de novas ferramentas para otimizar sua produção.
A produção aquícola se baseia no fornecimento de um ambiente favorável ao desenvolvimento dos organismos aquáticos, sendo a manutenção da qualidade de água um fator importante para o sucesso desse cultivo. Independentemente do sistema de cultivo, variações dos parâmetros de qualidade de água podem ocorrer, dependendo das densidades de estocagem, quantidade de alimentação ofertada e manejo. Nesse contexto, um dos principais problemas relacionados à qualidade de água é o acúmulo de compostos nitrogenados, como a amônia e o nitrito, os quais podem causar grandes prejuízos ao cultivo.
Nesse contexto e em uma linguagem bastante didática, a Embrapa Pesca e Aquicultura publicou a obra Manejo de compostos nitrogenados na carcinicultura. Esta obra traz aspectos da cadeia produtiva do camarão, abordando conceitos como os principais sistemas de cultivo, as doenças que mais acometem os animais, entre outros.
Por ser um dos pontos mais críticos do cultivo, a qualidade de água e sua manutenção são abordadas de forma mais detalhada, destacando-se as formas de controle de compostos nitrogenados, as principais estratégias de fertilização de viveiros e os microrganismos envolvidos no consumo dos compostos tóxicos aos animais cultivados.
O livro pode ser acessado gratuitamente no site da Embrapa.