Educação Ambiental

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1. INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental é um processo pedagógico participativo, que se constitui numa forma de educação atingindo todos os cidadãos, onde o educando procura ter uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, assumindo o papel de elemento central do processo de ensino/aprendizagem pretendido, participando ativamente no diagnóstico dos problemas ambientais e busca de soluções, sendo preparado como agente transformador, através do desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes, de uma conduta ética ao exercício da cidadania (Ambiente Brasil, 2011).

Segundo Rocha (2000), educação ambiental é um processo de tomada de consciência política, institucional e comunitária da realidade ambiental, do homem e da sociedade, para analisar, em conjunto com a comunidade, através de mecanismos formais e não formais, as melhores alternativas de proteção da natureza e do desenvolvimento sócio-econômico do homem e da sociedade. Assim, entende-se por educação ambiental, tudo que leva a apropriação do meio ambiente, onde se possa construir, estabelecer relações e a utilização sustentada do meio ambiente.

O conceito de Educação Ambiental aparece pela primeira vez em 1972 com a Declaração de Estocolmo ou Declaração sobre o Ambiente Humano, resultante da 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano.

Esta conferência permitiu que se introduzisse na agenda política internacional a dimensão ambiental como condicionadora e limitadora do modelo tradicional de crescimento econômico e do uso dos recursos naturais (Ambiente Brasil, 2011). Sendo que em 1975 com a Conferência de Belgrado, foi criado um Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA) (Ambiente Brasil, 2011).

Relacionado com o conceito de Educação Ambiental está à noção de Desenvolvimento Sustentável, expressão adotada no Relatório “O Nosso Futuro Comum”, apresentado em 1987. Por desenvolvimento sustentável entende-se “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades” (Gro Brundtland, primeira ministra da Noruega e presidente da Comissão Mundial para o Ambiente e Desenvolvimento).

Nesse trabalho será abordado a Educação Ambiental nas Empresas, Educação Ambiental nas Escolas e como processo de mudança em cada ambiente.

2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
Há cerca de cinco milhões de empresas registradas no Brasil, sendo que parte expressiva delas são potencialmente poluidoras. Mas, apesar de sua imensa responsabilidade ambiental, segundo Maimon (2004) as empresas ainda apresentam questões pendentes, como:

a) distinguir metodologicamente a retórica da empresa afirmando que programa sua responsabilidade ambiental com suas verdadeiras práticas;

b) compatibilizar a dinâmica de expansão da produção empresarial e de sua venda e a racionalização planetária de consumo e a utilização das matérias primas mundiais;

c) redistribuir, em termos globalizantes, os custos ambientais num mundo onde o desenvolvimento econômico e social é desigual e onde a capacitação empresarial de resposta às questões ambientais é igualmente variada.

Essas questões são realmente muito preocupantes, pois confirmam as preocupações de Layrargues (2000) que estudou o discurso ambiental de uma parcela do empresariado brasileiro, mostrando suas incoerências conceituais. Portanto, pode-se inferir que ela poderá ter qualidade conceitual equivocada se não aderir aos conceitos da EASS (Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis) adotada pelo PRONEA (Programa Nacional de Educação Ambiental, 2005).

A EAEB (Educação Ambiental Empresarial no Brasil) emergiu em meio a preocupações empresariais, face às respostas demandadas por órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Muitas vezes ela tem sido designada erroneamente a atividades curtas de treinamento ambiental regular do público interno das empresas ou a ações fragmentadas, efêmeras e desarticuladas para o público do seu entorno na forma de: hortas, reciclagem, desfiles, caminhadas em trilhas, ações que muitas vezes são apenas sensibilizações, ou seja, parte de uma proposta em Educação Ambiental. Em outras vezes as ações são encaradas como respostas a Termos de Ajustes de Conduta (TAC) devido a incidentes, acidentes ambientais ou para a certificação ambiental como a busca pela ISO 14001.

Em geral, esses treinamentos são de eficácia/efetividade conceitual e metodológica questionáveis por ausência de referencial teórico-prático conceitual e metodológico desde sua concepção até a avaliação final da atividade.

3. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS
Dentro da escola devemos encontrar meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua conseqüência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável (Effting, 2007).

A escola dentro da Educação Ambiental deve sensibilizar o aluno a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando-o a analisar criticamente os princípios que tem levado à destruição inconseqüente dos recursos naturais e de várias espécies. Tendo a clareza que a natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como processo vital.

Que as demais espécies que existem no planeta merecem nosso respeito. Além disso, a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência. E, principalmente, que é necessário planejar o uso e ocupação do solo nas áreas urbanas e rurais, considerando que é necessário ter condições dignas de moradia, trabalho, transporte e lazer, áreas destinadas à produção de alimentos e proteção dos recursos naturais (Effting, 2007).

Com os conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e contextualizados com a realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão integral do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das atividades escolares (Effting, 2007).

Assim sendo a escola é o espaço social e o local onde o aluno será sensibilizado para as ações ambientais e fora do âmbito escolar ele será capaz de dar seqüência ao seu processo de socialização. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis (Effting, 2007).

4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO PROCESSSO DE MUDANÇA
A educação ambiental pode ser uma ferramenta fundamental como mecanismo para catalisar ações de mudanças de hábitos de nossa sociedade, de forma que podemos até dizer que tem uma importância vital (Bertolino, 2006).

A chamada educação ambiental pode ser aplicada com os seguintes objetivos:

a) criar uma conscientização sobre aspectos ambientais relevantes da vida moderna;

b) instituir hábitos de contribuição diária com o meio ambiente;

c) definir novas posturas e condutas a serem tomadas em virtude de regras necessárias à sustentabilidade (Bertolino, 2006).

Não basta uma educação ambiental pontual e vinculada apenas à proteção de espécies em extinção, o não corte da árvore de um quintal ou uma rua, à proteção de matas e temas deste tipo, e que invariavelmente deixam de buscar uma compreensão sistêmica da questão. Este modelo é aleijado e ocasiona consumidores ferozes que se acham ambientalmente corretos porque participaram de uma passeata para proteger os pobres micos leão dourados ou porque transformaram uma garrafa PET usada em um horrendo abajur, que logo irá para o lixo também (Bertolino, 2006).

É preciso uma visão prática sobre como proceder em ações do dia-a-dia em atividades como recolhimento de lixo, economia de água e luz e enxergar ao seu redor os aspectos básicos relacionados ao meio ambiente. As pessoas devem ser estimuladas a pensar sobre isto e calcular cada ação para minimizar os impactos ambientais de nossa auto-existência (Bertolino, 2006).

Os esforços devem ser para criamos uma educação ambiental emancipatória e ao mesmo tempo cuidado para que a educação ambiental não seja um adestramento ambiental, pois só assim teremos jovens que pensarão duas vezes antes de comprarem seu quarto par de tênis e pais de família menos orgulhosos porque cada membro possui seu próprio carro (Bertolino, 2006).

Um verdadeiro processo de educação ambiental vai contra a ordem econômica dominante, pois aborda enfaticamente a necessidade de redução do consumo (Bertolino, 2006).

5. PERSPECTIVA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Cada vez mais as empresas estão buscando se adequar as novas regras adotando leis ambientais buscando um menor dano ambiental e poluidor. Prova disso é a certificação da ISO 14001, realizações de Auditorias Ambientais, Licenciamento, Audiências Públicas se necessário. Até porque uma empresa ou estabelecimento que não se adequar as normas ambientais poderá pagar multa, e também se houver um dano ambiental cobra-se multa e o custo pode ser alto. É por esse motivo também que os funcionários, assistem a debates, auditorias, para serem alertados sobre o uso de equipamentos adequados, como Equipamento de Proteção Individual (EPI), e a maneira correta de se dar com produtos que causam danos ambientais como óleo, poeira, ruídos, dentre outros.

A Educação Ambiental está em toda parte, nas escolas ela é vista como modelo de proteger o ambiente em que estamos, na sala de aula, em casa, na forma mais simples como jogar papel, fazer ponta de lápis, no lixo da sala. Cabe ao professor a tarefa de procurar um meio melhor para que os alunos aprendam a ter consciência de preservar e proteger o que é nosso, como não poluir ás águas, não jogar nada que polua como copos descartáveis, sacolas plásticas, o lixo da sua casa se tiver rio perto não jogar nele, explicando que esses materiais demoram bastante tempo para se decompor na natureza. E que os animais como a tartaruga, por exemplo, confunde esses materiais com comida, acaba comendo e muitas morrem. Também cuidar bem das nossas árvores, animais, não maltratá-los porque eles assim como nós são seres vivos e precisam de ar para respirar, de carinho para viver igual nós seres humanos.

Uma forma de desenvolver esse tema pode ser a um passeio no sítio, no pátio, no bairro da escola, em reservas ecológicas da cidade. A mudança de preservar o que é da natureza o que é nosso começa por nós mesmos, e começar pela criança é o primeiro passo porque ela está em fase de conhecimento, descobrimento, interesse, e ela passará a corrigir o erro dos pais, dos adultos, a preservar o ambiente em que vivemos,como se ver jogando um copo no chão,já vai reclamar, dizer que não pode, e isso ajudara a mudar a consciência dos adultos em casa. Simples ações como jogar o lixo no lixo, apagar a luz ao sair de onde estava, fechar a torneira enquanto escova os dentes, se ensaboa ao tomar banho, reciclar o lixo da sua casa, separando plástico, metal, vidro, ajuda quem vive disso, no meu Bairro na travessa onde moro, a comunidade ajuda. Tenha consciência, faça a sua parte a natureza e as futuras gerações agradecem.

Autora: Daiane Lisboa Meira

6. BIBLIOGRAFIA

AMBIENTE BRASIL, 2011. Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br>. Acesso em: 13 jul. 2011.
BERTOLINO, M. Educação ambiental emancipatória como caminho para a sustentabilidade. 2006. Disponível em: < http://www.universoambiental.com.br/Educação>. Acesso em: 12 jul. 2011.
EFFTING, T.R. Educação ambiental nas escolas públicas: Realidade e desafios. 2007. 90f. Monografia (Pós Graduação em “Latu Sensu” Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Marechal Cândido Rondon, PR.
LAYRARGUES P.P. Ideology and the environment: Business leaders adopt a strategyof environmental discourse regarding ISO 14000. Ciência e Cultura, v. 52, n. 3, p.148-153, 2000.

MAIMON, D. Responsabilidade ambiental das empresas brasileiras: realidade ou discurso. In: CAVALCANTI C (Org.) Desenvolvimento e natureza: Estudos para uma sociedade sustentável. 4 ed. São Paulo, Cortez/Recife, Fundação Joaquim Nabuco, p.319-416, 2004.

ROCHA, J. S. M. da. Educação ambiental técnica para os ensinos fundamental, médio e superior. 2 ed. Santa Maria: Pallotti, 2000.

UNIVERSO AMBIENTAL, 2011. Disponível em <www.universoambiental.com.br>. Acesso em: 13 jul. 2011.

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