Autor: Antonio Germano Gomes Pinto
Ultimamente assistimos na mídia, com bastante freqüência, doutos senhores com ares de respeitabilidade e escudados por Organizações Não Governamentais, Governos e títulos acadêmicos diversos, apresentarem o reflorestamento como panacéia salvadora para todos os males ambientais advindos do Efeito Estufa.
O reflorestamento, como está sendo preconizado, é apenas a metade do caminho a ser percorrido, um paliativo para uma situação cada vez mais séria, pois o chamado efeito estufa cada vez mais se agrava.
O verde, a floresta retém a água no solo, pereniza os rios, ameniza e equilibra o clima, mas não captura o carbono em definitivo, apenas o recicla. Funciona como uma represa que retém a água temporariamente, mas mais cedo ou mais tarde, a libertará para que siga seu curso.
O mundo está como um vagão, descontrolado, despencando ladeira abaixo, rumo ao abismo, e nossos “cientistas” querem freá-lo utilizando barbantes em vez de reforçados cabos de aço!
A biomassa caracteriza-se pela instabilidade, veio do gás carbônico, da água e da energia solar, via fotossíntese, e ao gás carbônico retornará tão logo a energia potencial acumulada em suas moléculas seja exaurida.
O verde, a floresta, aproveitando a energia solar e a água fixa o carbono por algumas dezenas de anos, ou nem isso, e o libertará para atmosfera sob a forma de gás carbônico, voltando às condições anteriores.
A quem os nossos doutos senhores querem enganar? Ficam apregoando providências esdrúxulas que não levam a nada!
Querem calcular, por exemplo, quantas árvores devem ser plantadas para compensar a fabricação de um CD, a edição de uma revista, ou a flatulência de uma vaca!
Enquanto isso, um simples carro de passeio atira no ar que respiramos dezenas de toneladas de gás carbônico durante sua vida útil.
É preciso que a sociedade seja esclarecida, a verdade escancarada e alertada para o suicídio coletivo que representa o uso do combustível fóssil sem a destinação adequada dos gases gerados como conseqüência!
Fazem cálculos mirabolantes sem chegar a resultado algum, só confundindo a sociedade leiga e simulando que providências sérias e enérgicas estão sendo tomadas.
Querem justificar certamente as verbas astronômicas doadas pelos governos e empresas que são aplicadas em pseudo pesquisas, ditas “sérias e urgentes”.
Ainda que todos os espaços do planeta fossem ocupados com o cultivo de florestas o “problema do efeito estufa” não seria resolvido, o vegetal, como todo ser vivo, nasce, cresce, amadurece e morre e, ao morrer, devolve todo o carbono à atmosfera sob forma de gás carbônico.
É preciso que se volte ao passado geológico, ao Período Carbonífero, quando a Natureza limpou a atmosfera soterrando gigantescas quantidades de biomassa que deram origem às fontes de combustíveis fósseis que hoje o homem explora.
Foi esta “limpeza” da atmosfera, essa retirada do gás carbônico do ar, via biomassa, que permitiu a origem da vida aeróbia, a vida do ser que respira.
O homem, desde o século passado, está trazendo esse “lixo soterrado” para a superfície, transformando-o em energia, saturando a atmosfera, criando o caos que estamos vivendo, fechando um círculo com o retorno ao passado geológico inóspito do planeta.
O reflorestamento só terá sentido se a biomassa for “colhida e armazenada”, estocada de forma permanente, em condições de não decomposição, (biológica ou por oxidação), mantendo seu potencial energético intacto, sem condições de retorno à condição mais simples da matéria orgânica, ou seja, de retorno à forma de gás carbônico.
Como fazer isso?
Devolvendo, a biomassa, o carbono que está em excesso na atmosfera (gás carbônico), aos locais de sua origem, às profundezas do subsolo, ocupando com a mesma biomassa as fossas abissais oceânicas, os espaços deixados pelos poços de petróleo exauridos, as falhas geológicas, as crateras artificialmente criadas pelo homem durante a mineração ou as abundantes areias dos desertos. Lugar é que não falta no planeta para “guardar” esse lixo geológico. Por exemplo, a biomassa “guardada” sob as areias escaldantes do deserto, ali ficaria para sempre!
Onde há alta pressão e ausência de água não há vida, onde não a vida não há reações aeróbias ou anaeróbias geradoras do gás carbono e do metano.
Cada “colheita” feita e devolvida às suas origens, a esses locais, representará uma limpeza, embora parcial, um alívio às condições climáticas adversas que estamos vivendo devido ao efeito estufa.
Para cada 12 toneladas de biomassa assim “armazenadas”, teremos 32 toneladas de oxigênio devolvidas à atmosfera e menos 44 toneladas de gás carbônico a nos asfixiar.
Se assim procedêssemos, poderíamos continuar até mesmo utilizando a atual matriz energética, o combustível fóssil, por que o subproduto gerado pela mesma, o gás carbônico, estará sendo devidamente tratado e não simplesmente descartado para atmosfera.
Tratar os resíduos gerados pela indústria é rotina neste meio industrial; toda indústria é obrigada por lei a tratar e destinar corretamente os seus rejeitos.
Por que a indústria do petróleo não é obrigada fazer o mesmo?
A proposta é a mais absolutamente correta do ponto de vista ecológico: a devolução do carbono ao local onde deveria estar e ficar para sempre.
Antonio Germano Gomes Pinto – Engenheiro Químico, Químico Industrial, Licenciado em Química, Bacharel em Química, Especialista em Recursos Naturais com Ênfase em Geologia, Especialista em Gestão e Tecnologia Ambiental, Perito Ambiental, Inventor de duas patentes registrada no INPI e no World Intellectual Property Organization