Hotspots: Conservação dos mais importantes pontos da Biodiversidade

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DEFINIÇÕES DE HOTSPOTS

  • Biodiversidade ou Diversidade Biológica: é a diversidade da natureza viva. Refere-se à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos.
  • Flora: é o conjunto de plantas (geralmente, apenas as plantas verdes) características de uma região. É possível elaborar uma flora de gêneros, famílias ou, mais normalmente, espécies botânicas de um determinado local ou região.hotspots biodiversidade
  • Fauna: é o termo coletivo para a vida animal de uma determinada região ou período de tempo.
  • Biota: é o conjunto de seres vivos de um ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, os fungos e outros grupos organismos. A biota da Terra abrange a biosfera.
  • Ecossistema: designa o conjunto formado por todos os fatores bióticos e abióticos que atuam simultaneamente sobre determinada região. Considerando como fatores bióticos as diversas populações de animais, plantas e bactérias e os abióticos os fatores externos como a água, o sol, o solo, o gelo, o vento. Todos os ecossistemas do mundo formam a Biosfera.

INTRODUÇÃO

O conceito Hotspot foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais as áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra?

Ao observar que a biodiversidade não está igualmente distribuída no planeta, Myers (ecólogo inglês) procurou identificar quais as regiões que concentravam os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação seriam mais urgentes. Ele chamou essas regiões de Hotspots.

Hotspot é toda área prioritária para conservação, isto é, de alta biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. É considerada Hotspot uma área com pelo menos 1.500 espécies endêmicas (não são encontradas em nenhum outro local) de plantas e que tenha perdido mais de 3/4 de sua vegetação original.

Em 1996, o primatólogo norte-americano, Russell Mittermeier, presidente da ONG (organização não governamental) Conservation International, liderou um estudo que aperfeiçoou a teoria inicial de Myers e identificou 17 Hotspots. Três anos depois, com a contribuição de mais de 100 pesquisadores, foi ampliado para 25 o número de Hotspots. Em fevereiro de 2004 a Conservation International ampliou para 34, as regiões consideradas Hotspots.

A ESCOLHA DE UM HOTSPOT

Dois fatores são críticos na escolha de um Hotspot: a existência de espécies endêmicas, ou seja, que são restritas a um ecossistema específico e grandes taxas de destruição do habitat. Quando Myers estabeleceu 10 áreas críticas para a conservação, ele não utilizou critérios quantitativos com a relação à definição de um Hotspot. Contudo, com o passar dos anos foram introduzidos patamares quantitativos na sua definição, assim Hotspot passou a ser considerado uma região com a existência de pelo menos 1500 espécies endêmicas de plantas e com 75% ou mais da sua vegetação destruída. Dessa forma, é tido como toda área prioritária para conservação, isto é, com alta biodiversidade e com alto grau de ameaça. Com isso o conceito de Hotspot concentra-se em ecossistemas fragmentados e devastados.

A fragmentação do habitat, que assola praticamente todos os biomas, é um processo pelo qual o tipo de habitat é parcialmente removido e subdividido. Os processos de fragmentação e perda de habitat ocorrem, de forma geral, simultaneamente.

Para escolha desses pontos críticos levou-se em consideração que a biodiversidade não está igualmente distribuída ao redor do planeta. Para se ter uma idéia, somando a área de todos os Hotspots são apenas 2,3% da superfície terrestre, e nessas áreas se concentram em torno 50% das plantas e 42% dos vertebrados conhecidos.

HOTSPOTS NO MUNDO

Abaixo segue a divisão por continentes das regiões biologicamente mais ricas e ameaçadas do planeta Terra, os chamados Hotspots. Atualmente existe um montante de 34 Hotspots ambientais espalhados pelo Mundo.

AMÉRICA DO NORTE (2):
– Província Florística da Califórnia
– Floresta de Pinho – Encino de Sierra Madre (México e EUA)

AMÉRICA CENTRAL (2):
– Mesoamércia (Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, Belize e México).
– Ilhas do Caribe

AMÉRICA DO SUL (5):
– Tumbes – Choco – Magdalena (Panamá, Colômbia, Equador e Peru).
– Florestas Valdívias (Chile Central).
– Andes Tropicais
– Cerrado
– Mata Atlântica (Brasil, Paraguai e Argentina).

ÁFRICA (8):
– Floresta da Guiné (África Ocidental).
– Chifre da África
– Floresta de Afromontante (África Oriental).
– Montanhas do Arco Oriental
– Madagascar e Ilhas do Oceano Índico
– Maputaland – Pondoland – Albany (África do Sul, Swazilândia e Moçambique).
– Província Florística do Cabo (África do Sul).
– Karoo de Plantas Suculentas (África do Sul e Namíbia).

ÁFRICA E EUROPA (1):
– Bacia do Mediterrâneo

EUROPA (2):
– Cáucaso
– Região Irano – Anatólica

ÁSIA (6):
– Montanhas da Ásia Central
– Himalaias
– Ghats Ocidentais (Índia e Sri Lanka).
– Montanha do Centro Sul da China
– Japão
– Regiões da Indo – Birmânia

ÁSIA E OCEANIA (1):
– Sunda ( Indonésia, Malásia e Brunei).

OCEANIA (7):
– Filipinas
– Wallacea (Indonésia)
– Sudoeste da Austrália
– Ilhas da Polinésia e Micronésia (incluindo Hawai).
– Ilhas da Melanésia Oriental
– Nova Caledônia
– Nova Zelândia

HOTSPOTS NO BRASIL

O Brasil tem posição de destaque mundial. É o país campeão de megadiversidade, tendo maior número de espécies do que qualquer outra nação. Possui também o maior bloco de área verde do planeta, a floresta amazônica. E em seu território o Brasil possui dois Hotspots: a Mata Atlântica e o Cerrado.

Para estabelecer estratégias de conservação dessas áreas, a Conservation International – Brasil e o Ministério do Meio Ambiente colaboraram com o Projeto de Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade dos Biomas Brasileiros. Centenas de especialistas e representantes de várias instituições trabalharam juntos para identificar áreas prioritárias para a conservação do Cerrado (em 1998) e da Mata Atlântica (em 1999).

A Mata Atlântica que hoje possui apenas entre 7% a 8% da sua extensão original, e estes estão distribuídos, na sua maior parte, em fragmentos de diferentes tamanhos, é caracterizada como um ponto quente de muita importância para a conservação dos seres vivos lá existentes e muito importantes para a biodiversidade no planeta Terra.

CONCLUSÃO

Em tempos que o desenvolvimento industrial e econômico ocorriam sem qualquer preocupação com o meio ambiente e com as espécies neles existentes, houve uma expansão populacional muito grande, um alto índice de desmatamento e extinção de espécies que foram retiradas de seu habitat natural.

Essa enorme pressão exercida pela população e o por um crescimento descontrolado, trouxe prejuízos de aspectos irreversíveis para a biodiversidade e pensando na proteção desses pontos de grande biodiversidade ocorreu a criação dos Hotspots.

Hotspots que concentram atualmente 34 ecossistemas fragmentados e devastados durante o tempo de desenvolvimento insustentável, o que é válido ressaltar é que projetos e idéias como essas existentes são extremamente importantes, porém não suficientes. É necessária uma conscientização ambiental das pessoas e dos compradores, é necessários que se opte por recursos naturais renováveis e que não causem grandes impactos ao meio ambiente. O uso de recurso natural é de muita utilidade para a situação da vida atual, entretanto é preciso ter uma consciência maior para conservação desses recursos, caso contrário à população sofrerá de verdade com uma regressão populacional e econômica.

Hoje em dia ou se pensa ambientalmente correto ou as chances de sucesso serão cada vez mais reduzidas. Ecossistemas e recursos naturais são limitados, e se não houver a conservação de no mínimo uma espécie de cada uma das milhões existentes no planeta Terra, essa reversão será impossível e definitiva.

Autor: Robson Carnicer Parzanes

BIBLIOGRAFIA

How Stuff Works, Como funcionam os hotspots ambientais.
< http://ambiente.hsw.uol.com.br/hotspots-ambientais.htm> acessado em 20/04/08.

Conservação Internacional Brasil, Prioridade de Conservação.
< http://www.conservation.org.br/como/index.php?id=8> acessado em 20/04/08.

Conservation International, Biodiversity Hostspots.
< http://www.biodiversityhotspots.org/Pages/default.aspx> acessado em 20/04/08.

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