Pneus: Problema ou solução?

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1. INTRODUÇÃO

O pneu – componente imprescindível ao funcionamento dos veículos – passou por muitas etapas desde sua origem, no século XIX, até atingir a tecnologia atual. Fatos engraçados à época levaram empresários à falência, como a borracha que não passava de uma goma “grudenta” para impermeabilizar tecidos ou o risco que a borracha tinha de dissolver quando fazia calor, marcando algumas fases da evolução dos pneus. Para mudar esse cenário, muitos experimentos iniciados pelo americano Charles Goodyear, por volta de 1830, confirmaram acidentalmente que a borracha cozida a altas temperaturas com enxofre, mantinha suas condições de elasticidade no frio ou no calor. Estava descoberto o processo de vulcanização da borracha que, além de dar forma ao pneu, aumentou a segurança nas freadas e diminuiu as trepidações nos carros.

A produção brasileira de pneus ocorreu em 1934, quando foi implantado o Plano Geral de Viação Nacional. No entanto, a concretização desse plano aconteceu em 1936 com a instalação da Companhia Brasileira de Artefatos de Borracha – mais conhecida como Pneus Brasil – no Rio de Janeiro, que em seu primeiro ano de vida fabricou mais de 29 mil pneus. Entre 1938 e 1941, outras grandes fabricantes do mundo passaram a produzir seus pneus no país, elevando a produção nacional para 441 mil unidades. No final dos anos 80, o Brasil já tinha produzido mais de 29 milhões de pneus. Desde então, o Brasil conta com a instalação de mais de 13 fábricas de pneus, das quais quatro internacionais: Brigestone Firestone, Goodyear, Pirelli e Michelin. Hoje, da produção mundial, o Brasil é o sétimo na categoria de pneus para automóveis e o quinto em pneus para caminhão/ônibus e camionetas. Único elo entre o veículo e o solo, o pneu exerce papel fundamental no dia-a-dia das pessoas, proporcionando mobilidade, agilidade e rapidez nos veículos modernos.

A aparência externa remete à borracha. Ninguém imagina, no entanto, que a consistente circunferência fabricada para rodar por milhares de quilômetros em todos os tipos de estrada, campos enlameados, pedras, desertos e até terras geladas, conta com muitos outros itens que lhes dão a estabilidade necessária para garantir a vida de seus usuários. A combinação perfeita de matérias-primas, como borracha natural, derivados de petróleo, aço e produtos químicos, dá origem ao pneu, considerado um dos principais componentes dos automotivos. Cada item tem uma representatividade diferente de acordo com a utilização. Prova disso, é a diferença da composição entre os pneus de passeio e caminhão. No pneu de passeio predominam os derivados de petróleo e produtos químicos, constituindo 36%, a borracha natural representa 36% e o material metálico (ou aço) conta com 18%. Os pneus de automóveis são projetados para suportar altas velocidades, enquanto que os pneus de carga prevêem suportar mais peso. Com isso, a quantidade de borracha natural nos pneus de caminhões ultrapassa os 40%.

A construção de um pneu passa por um processo produtivo bem complexo, que vai desde a preparação da borracha até a produção de itens para compor o produto final. As partes de um pneu contam com propriedades físicas e químicas diferentes. Cada detalhe é estudado para alcançar sempre o melhor desempenho. Todos os itens têm fundamental importância na fabricação dos pneus, com destaques para a banda de rodagem (parte do pneu que entra em contato com o solo), o corpo (ou carcaça) e o talão (parte do pneu que faz ligação com a roda) que proporcionam melhor resistência ao asfalto, estabilidade nas curvas e manobras rápidas, além do ombro, parede lateral, lonas de corpo e estabilizadoras e lâminas de estanque.

Desde a origem dos pneus, a vulcanização se mostrou como um dos processos mais importantes: a de dar consistência à borracha. Em seguida, o pneu é colocado em uma prensa sob determinada temperatura, pressão e tempo. Nessa prensa, há um molde com as características específicas de cada produto para determinar a forma final e o desenho da banda de rodagem final. Depois desse processo, o pneu passa pela inspeção final, onde são efetuados todas as inspeções e testes para sua liberação, garantindo a confiabilidade no seu desempenho. Além disso, passam por um balanceamento um teste conhecido como variação de forças e exame de raios-X até ser armazenado para, finalmente, ser distribuído, chegando às mãos do consumidor. O pneu é um produto essencial à segurança dos usuários, garantindo melhor desempenho, estabilidade e performance dos veículos. Vale ressaltar também que cada pneu é fabricado para atender os hábitos de consumo, assim como as condições climáticas e as características do sistema viário existente em cada país.

2. OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho é mostrar a realidade sobre a importância do consumo e produção dos pneus para a vida e desenvolvimento do homem, mas também alertar sobre a forma de descarte deles no meio ambiente, mostrando novas formas de reutilização deles, sabendo que hoje em dia passamos por um sério problema de esgotamento geográfico para deposição de resíduos sólidos.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Visitas em borracharias e reformadoras de pneus em Ipatinga-MG foram realizadas para obtenção de informação sobre a quantidade de pneus que são descartados mensalmente e as formas de descarte dos mesmos. Foram apresentadas respostas absurdas tanto em relação à quantidade quanto em relação ao descarte, que por se encontrarem em regiões onde não há coleta seletiva e muito menos projetos que falem sobre a reutilização de pneus. Mas também foram encontrados em outras regiões do país onde já acontece a realização de projetos e pesquisas sobre a reutilização de pneus, como por exemplo, desde a construção de móveis até a produção de óleo combustível, método desenvolvido pela Petrobrás, e é um combustível que será usado principalmente nas usinas termelétricas para produção de eletricidade.

4. RESULTADOS

Na maioria dos lugares visitados, verificou-se que o descarte é feito através da queima do produto sob a justificativa que é um método mais rápido e fácil de eliminar o problema, já que a combustão ocorre de forma rápida devido aos componentes químicos inflamáveis existentes nos pneus, ou também podem ser abandonados em locais distantes isolados ou até mesmo podem ser enterrados. Mas existem soluções para acabar com essa forma errada de descarte de pneus usados, e muitas ONGs e associações vêm lutando para conseguir passar esta mensagem às pessoas, mas por conta da burocracia de nossos governantes muitas vezes estas soluções não são transmitidas à população e projetos voltados para a reutilização, redução e reciclagem dos produtos que consumimos não são financiados ou incentivados da forma que deveria ser por empresas e pelo governo. As alternativas são estas: fabricação de móveis para mobília, fabricação de calçadas, fabricação de telhados, asfaltos, óleo combustível, utilização na construção civil, e fora as pesquisas que estão em andamento.

5. CONCLUSÃO

Observando a justificativa dos entrevistados, podemos ver que é muita falta de informação e formação das pessoas, já que a maioria não faz idéia do quanto prejudicam o meio em que vivem fazendo tudo isso, mas as novas alternativas de descarte prometem resolver essa problemática que enfrentamos hoje, mas acredito que para vivermos em uma sociedade com uma visão de exploração e consumo sustentável e atitudes coerentes onde o modelo de produção capitalista se fortalece a cada instante, seja necessário o investimento em projetos voltados para essa causa, mas principalmente na educação da atual e da futura geração que usufruirá dos recursos deste planeta.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Autor: Saulo Guedes de Frias

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