Realidade Amazônica

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O mundo aqui
Vibra em realidades diferentes:
Os acontecidos respondem em outra dimensão;
A percepção do presente é crua.
Não existe a destilação do tempo.
Tudo vai acontecendo nas suas possibilidades.
Parece o surgimento do mundo.
Parece uma fonte da criação;
Turbilhões de vórtices caóticos
Fervem na imensidão do verde.
Parece um local impossível;
Parece uma inexistência;
Uma seqüência imediata de eternos.
Um fluxo descontínuo de olhares.
Parece onde o infinito acaba;
Parece um resumo do cosmo.
Um lugar alquímico,
Onde as quimeras das bruxas
Aprendem os segredos dos feitiços.
Onde os sonhos não existem como sonhos.
Onde as plantas ouvem as músicas
Das águas e dos pássaros.
Onde o silêncio é um estrondo;
Ouve-se o barulho da Terra girando.
Parece que as estrelas descem do céu;
Ficam iluminando a noite das sombras.
Até os humanos,
Essa espécie tosca, mal aprendida,
Errante, se desesperam nos labirintos dos igarapés;
Serpenteiam todos os lados da realidade.
Parece um grande monstro
Carregando a metade da natureza;
No descuido menor, a sua voracidade engole.
Onde perguntas, onde estou? Nesta chuva tormentosa.
Um lugar onde a dúvida se deita na corrente dos rios;
Nunca desapareceu nos séculos absurdos da nossa consciência.
Onde aqui qualquer lugar do mundo pode ser;
Onde o nada reapareceu para ser preenchido.

Autor: Luiz Juvêncio Cardoso Quaglia 

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