Embora não atue diretamente em educação ambiental como professora, sempre tento nas minhas aulas passar aos meus alunos noções gerais de Educação Ambiental (EA). Para tanto, é necessário não apenas o conhecimento teórico do assunto, mas principalmente estratégias de colocá-lo em prática. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática. Neste sentido, o módulo “Metodologia para projetos de educação ambiental” é muito útil. A EA é um processo participativo. O “educador” ambiental tem que participar ativa e continuamente do diagnóstico dos problemas da comunidade onde atua buscando soluções e avaliando periodicamente se suas ações estão realmente transformando a comunidade através do desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes, através de uma conduta ética, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.
Conteúdos ambientais deveriam ser inseridos em todas as disciplinas do currículo e coerentes com a realidade da comunidade onde a escola se localiza para que os educadores possam ajudar o aluno a relacionar fatos do seu cotidiano à sua realidade e, posteriormente, ao mundo onde vive. Isto só é possível se a EA for abordada de forma sistemática desde o ensino infantil até os níveis mais avançados da educação do indivíduo, garantindo a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das atividades escolares.
Esta integração é necessária, visto que é o espaço social e o local onde ocorre a socialização do indivíduo, da formação do cidadão. O que acontece e se valoriza no ambiente escolar reflete aquilo que a sociedade deseja e aprova. Partindo desta visão, a escola deverá oferecer ferramentas para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais e suas mudanças em decorrência da influência humanas no meio. Enfatizando a visão holística em detrimento à visão antropocentrista. As potencialidades e posturas éticas devem ser desenvolvidas individualmente para que o aluno perceba que a mudança deve começar em nós, em nossas próprias casas.
No entanto, tais projetos devem ser simples, diretamente relacionados ao cotidiano do aluno, da comunidade. Quanto mais simples forem os projetos, maiores serão os resultados, mas principalmente, maiores serão as chances de que a transformação ocorra e que os alunos levem estas atitudes para seus lares e sejam seguidas pelos outros.
As principais dificuldades serão:
a) Fazer algo que realmente atraia a atenção de quem for participar;
b) Estimular a discussão sem que as pessoas percebam qual o intuito do projeto;
c) saber se depois do trabalho, tudo aquilo que foi discutido será posto em ação.
O tema “lixo” é simples e pode ser utilizado como exemplo de projeto a ser trabalhado em todas as séries escolares, ainda mais que nos últimos dias temos visto inúmeras notícias de desabamentos que ocorreram em comunidades construídas em cima de aterros sanitários.
Independente da atividade a ser realizada com o aluno, o planejamento é o primeiro passo para seu sucesso. Planejar juntamente com os alunos é uma forma de incentivar a participação dos mesmos, pois eles se sentirão úteis e responsáveis pelo sucesso ou fracasso do projeto. O aluno precisa ser “convencido” de que os resultados gerados irão melhorar a vida deles, caso contrário você irá “falar para as paredes” e seus esforços serão em vão. Será as sugestões dos próprios alunos que dirão como o projeto será conduzido e apresentado a comunidade. Mas antes disto é importante que o professor mostre ao aluno o que é o lixo, a origem do lixo e os problemas que este lixo ocasiona a sociedade. Cabe ao professor mostrar todas as faces do problema para o aluno e fornecer ferramentas para que o mesmo apresente soluções
Durante o desenvolvimento do projeto devem-se enfatizar as ações simples, impedir que os alunos busquem soluções megalomaníacas; simplicidade é tudo! Uma ação simples, mas que trabalhe diretamente com o cotidiano das pessoas gera um efeito muito maior do que ações muito enfeitadas e que não levam em conta a situação atual do país, da comunidade e da família que você deseja conscientizar. Toda atividade deve também ser testada pelo professor, evitando a frustração dos alunos e uma possível desestimulação. Daí a importância da avaliação continuada do projeto não apenas pelo professor, mas por todo corpo docente. Os alunos também devem ser estimulados a fazerem uma auto-avaliação, isto cabe tanto como um exercício de socialização como também um termômetro de como anda o entusiasmo da turma. Por isto um cronograma bem elaborado de ações deve ser estabelecido pelo grupo.
Ao final do processo, os resultados do projeto devem ser mostrados a comunidade; a escola deve abrir suas portas para que a família do aluno veja o trabalho do(s) filho(s) e principalmente sinta a importância do mesmo para a melhoria da qualidade de vida da comunidade.
Posso dizer que, após este curso, quero aprofundar mais meus conhecimentos em EA e procurar trabalhar diretamente com este assunto não só por prazer, mas também por acreditar que este é o caminho.
Autora: Maria Eleonora Feracin da Silva Picoli
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