A Educação Ambiental é um instrumento de melhoria da qualidade de vida, a partir da formação de cidadãos conscientes de sua participação local no contexto de conservação ambiental global.
O reconhecimento do impacto ambiental originado pelas mais diversas atividades econômicas, de dimensão mundial, exige uma nova postura e comprometimento das populações quando à atenção dispensada ao meio ambiente. Desta forma, consolida-se a necessidade de compreensão pela comunidade, sobre o estilo de vida alicerçado na ética, cultura e equidade, como imperativos morais, na mobilização dos diversos setores e motor da transformação das sociedades.
A garantia a todos do direto ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e educação ambiental está calcada na Constituição Federal de 1988 e na Constituição de alguns Estados da Federação. Em 1994 foi criado o PRONEA – Programa Nacional de Educação Ambiental e em 27 de abril de 1999, foi instituída a Política Nacional de Educação Ambiental, estabelecendo as linhas de atuação formal e não-formal, para promover ações que estimulem a visão crítica e a postura pró-ativa por todos os setores da sociedade.
A educação é uma prática social, que se diferencia da aprendizagem pelo processo de interação do homem com o contexto, portanto, educar é uma atividade orientada para mudar as circunstâncias através da transformação dos sujeitos, interferindo nos seus processos de aprendizagem. Segundo os princípios preconizados na Conferência de Tbilisi, para exercer a educação ambiental é preciso definir que orientação se pretende dar aos processos de aprendizagem.
Nessa concepção, a aprendizagem cooperativa torna efetiva a proposta socioconstrutiva do processo participativo com envolvimento da comunidade, e com o propósito de trabalhar a realidade ambiental local. Os educadores contribuem para melhorar o mundo, ao motivar a participação ativa da comunidade e atuar como agente de transformação na melhoria da qualidade de vida e proteção ao meio. Ao participar do processo de planejamento e execução de suas atividades de aprendizagem, o aluno tem a oportunidade de tomar decisões e aferir resultados, colaborando dessa forma, para a formação do cidadão do futuro. Dessa forma, a educação ambiental assume relevância operacional no contexto do desenvolvimento sustentável.
Vale a pena ressaltar os comentários de Silva (1996) sobre a cidadania ambiental que envolve a cidadania política, a relação sociedade/natureza, identidade cultural e seus objetivos pedagógicos.
“… a promoção da consciência ambiental implica no reconhecimento da poluição e degradação dos ecossistemas e de sua relação com o empobrecimento das pessoas e a falta de uma boa qualidade de vida da sociedade.Soberania é um exercício individual, do município, estado e nação. Além do convívio na família e na sociedade, é na escola que se forma o cidadão. Através da alfabetização, do estudo da história de seu povo e do reconhecimento dos territórios nos quais exercerá a soberania.A natureza ocupa lugar de destaque na identidade de um povo. Isto não impede muitos povos de dilapidarem seu patrimônio natural ao longo de sua história. Desde a colonização vimos acabando nossas florestas, extinguindo espécies, poluindo rios e degradando ecossistemas. Assim, aos poucos, nossa identidade se modifica, assumindo elementos de uma cultura global.…a educação ambiental está comprometida com a construção de uma identidade cultural sustentada. Suas bases são: um projeto de liberdade para os povos latino-americanos; sua integração afetiva e cultural e um respeito aos limites ecológicos do nosso patrimônio natural, de modo a garantir seu usufruto pelas gerações futuras”.
O exercício da cidadania atende aos anseios do desenvolvimento sustentável. Por esta razão, o projeto de educação ambiental deve fundamentar-se no conjunto de direitos e deveres do cidadão para o exercício de uma soberania coletiva sobre os ecossistemas da biosfera. O processo de conscientização da sociedade aumenta em todo o mundo. Constitui-se na resolução concreta de abordagem dos problemas ambientais, por meio de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade, como agente fortalecedor da transformação social.
A participação da comunidade e a formação de uma sociedade sustentável auxilia o estabelecimento de estratégias e o cumprimento dos mandamentos ecológicos, de redução do lixo e de resíduos, melhoria das condições do ar e das águas, a conservação do solo, da flora e da fauna, das estadas e rodovias, além do uso racional da energia.
Autora: Denise Castanha Peres
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, G.E. Educação ambiental: princípio e práticas, São Paulo: Gaia 1993
SILVA, D.J. Viva a floresta viva. Florianópolis: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – Programa de Educação Ambiental, 1996. 96p.
VIEZZER, M.; OVALLES, O. O Manual latino-americano de educação ambiental. São Paulo: Gaia, 1994.
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