A importância das florestas

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Se soubéssemos a real importância das florestas nos empenharíamos mais na defesa da sua existência!

Há uma relação muito íntima entre a floresta e a água. As árvores funcionam como esponjas que abastecem as reservas subterrâneas. A carga de água dos rios está relacionada à existência de florestas e aquela pode ficar comprometida se continuarmos no processo de devastação das áreas verdes do planeta.

A importância das florestas é enorme, pois suas raízes ajudam a evitar a erosão do solo. Suas folhas que cobrem o solo também ajudam a evitar a erosão e ainda permitem que a água das chuvas possa lentamente entrar no solo e ali permanecer por mais tempo, ao passo que a ausência de vegetação favorece o processo chamado de lixiviação.

As florestas também têm uma função excelente de regular o clima, pois elas, pelo sistema da fotossíntese, absorvem o gás carbônico, que eliminamos com a respiração e aquele decorrente de inúmeras atividades humanas, que foram intensificadas no período pré-industrial e industrial.

importância das florestas
A importância das florestas

Portanto, o processo de eliminação das florestas favorece consideravelmente ao acúmulo de gases de efeito estufa. Primeiro, porque ao eliminá-las retiramos do planeta os seres vivos que têm como função ajudar a reduzir, ao menos temporariamente, o gás carbono usado na fotossíntese. Em segundo lugar, a devastação normalmente é feita em duas modalidades que por si só são causadores do aumento desses gases. Ao derrubar árvores para utilização da madeira, apenas algumas são armazenadas para venda ilegal com a finalidade de atender aos mercados consumidores. Ocorre que no processo de derrubada, inúmeras árvores são atingidas por aquela maior  e caem no chão, que entram em processo de decomposição que também gera gases de efeito estufa.

Outra modalidade é a queimada aplicada após a derrubada para preparar o solo para agricultura e pecuária. A queimada também gera muitos gases fazendo aumentar o seu nível de concentração na atmosfera, sendo também um fator para o aquecimento global. 

A prática da monocultura e a pecuária  são nocivas por si só, pois eliminam a existência de muitos seres vivos e dentre eles alguns que ao serem extintos também aumentam os gases da atmosfera que em situações normais são imprescindíveis para manter a temperatura da terra em níveis adequados à nossa sobrevivência.

Outro grande negócio que favorece o desmatamento é a pecuária, pois, os proprietários, vendo a possibilidade de terem mais lucros, utilizam suas terras para criar o boi que no mercado internacional possui um alto valor econômico. A carne bovina brasileira está muito valorizada no mercado internacional, porque o nosso boi é chamado de “boi verde” pois ele só se alimenta de pasto, ao passo que em boa parte do mundo, o gado se alimenta de ração. Suspeita-se que o mal da vaca louca  tenha surgido da utilização da ração como alimento, pois ela é produzida a partir de uma mistura que contém partes do boi, desorganizando o seu metabolismo.

Portanto, percebe-se que muitas vezes, uma prática diária tão inocente pode esconder uma verdadeira destruição à biodiversidade.

Quando compramos madeira para nossas casas e quando nos alimentamos, desconhecemos o processo que há por trás e desconhecemos também como somos também partícipes de toda uma engrenagem que precisa urgentemente ser modificada.

É preciso uma atuação forte do Poder Público, criando práticas que garantam à floresta um poder econômico, tornando-se assim pouco rentável o seu desmatamento. É preciso dar valor econômico à floresta em pé. Todavia, para isso, a exportação da carne precisa não ser rentável. Os outros países precisam saber que a carne que eles consomem do Brasil carrega um custo muito alto à sobrevivência de todos nós. Por isso, apesar de ser uma carne mais saudável, ela esconde uma destruição imensa que trará repercussões muito destrutivas em futuro próximo. 

Além disso, precisamos de políticas  muito fortes de educação ambiental, criando espaços de reflexão, pois um cidadão consciente pode modificar muitas práticas. Um cidadão consciente pode deixar de comprar carne que decorre de um desmatamento, pode também comprar madeira que foi retirada de um manejo sustentável. Todavia, é preciso que em primeiro momento o Poder Público dê incentivos  a essas práticas, pois caso contrário, só uma parcela consciente e com poder aquisitivo poderá fazer essas opções.

A preocupação com o meio ambiente não é mais uma dente várias questões, ela envolve tudo em nossa vida, porque a Terra é nosso lar comum e criar uma tarefa sustentável deve ser uma tarefa de todos.

Autora: Cissa Biasoli

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