Água: essencial para a vida no planeta

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1. INTRODUÇÃO

No ano do nascimento de Cristo, a população mundial estimada era de 200 milhões. Hoje já somos 6 bilhões de habitantes. Toda esta população necessita para sobreviver de água, alimento e espaço.

A água não está disponível a todos de forma equilibrada. Em muitas regiões a população sofre com sua escassez. Conflitos surgem por conta desta disponibilidade entre nações. Além disso, a água vem sendo contaminada indiscriminadamente, principalmente por conta de agrotóxicos, esgotos, resíduos industriais, lixo e pelos poluentes do ar que se misturam com a chuva.

Os países, que atualmente, não sofrem com a escassez, tem hábitos de desperdício de água. especialmente nas residências.

Por tudo isto, é necessário que haja mudanças nos hábitos de consumo da população e que políticas públicas eficientes para tratamento de esgoto e distribuição de água sejam implementadas.

2. JUSTIFICATIVA

Num mundo assolado por desigualdades sociais e problemas ambientais e onde uma superpopulação cresce em ritmo acelerado, comprometendo à vida em um futuro próximo, por conta dos maus hábitos de consumo desta população, se faz necessário uma reflexão coletiva a respeito deste comportamento humano, para que possamos mudar esta realidade destrutiva e garantir a qualidade de vida para as próximas gerações e demais seres vivos.

3. DESENVOLVIMENTO

Segundo o dicionário Aurélio, a água é um líquido incolor, inodoro, insípido e essencial à vida; a parte líquida do globo terrestre. Sabemos que a água é um mineral líquido formado por dois gases: o hidrogênio (H) e o oxigênio (O), daí sua fórmula H2O, e que este líquido é fundamental às nossas vidas, já que, 70% do nosso organismo é composto de água.

Quimicamente, nada se compara à água. É um composto de grande estabilidade, um solvente universal e uma fonte poderosa de energia química. A água é capaz de absorver e liberar mais calor que todas as demais substâncias comuns.

Ela é um elemento vital para os seres humanos e seu ambiente, importante econômica e culturalmente. Porém, é finita – não há possibilidade de consumo ilimitado deste recurso natural.

De acordo com dados da UNESCO sobre recursos hídricos, o volume total de água no planeta é calculado em torno de 1,4 bilhões km³. Porém, a quase totalidade dessa água é salgada, apenas 2,7 % é de água doce. Deste total, quase tudo está congelado, 0,7 % encontra-se no subsolo e aproximadamente 0,007 % está na forma de rios e lagos.

Esse líquido precioso está nas células, nos vasos sangüíneos e nos tecidos de sustentação. Nossas funções orgânicas necessitam da água para o seu bom funcionamento. Para manter as funções vitais do nosso organismo é preciso consumir cerca de 2,5 litros de água diariamente.Esta quantidade pode variar de acordo com a temperatura, peso e realização de atividades. A água regula a temperatura do nosso corpo elimina resíduos metabólicos pela urina e faz a distribuição de nutrientes entre os órgãos.

Em condições normais perdemos em torno de 2,5 litros de água por dia, sendo 400 ml na respiração (durante a expiração); 1,2 litro ao urinar; 600 ml na transpiração e entre 100ml e 300 ml na evacuação. A hidratação regular é muito importante, já que quando a perda de água atinge um litro a sensação é de sede. Quando o prejuízo chega a 2 litros, além da sede,há cansaço e fadiga. Já quando temos 3 litros de água a menos, ocorre a desidratação e riscos para a vida devido ao mau funcionamento dos rins.

Como é um elemento essencial à vida, deve chegar com qualidade e quantidade adequadas para atender todas necessidades. O homem, além de utilizar a água para o desempenho de suas atividades enquanto ser vivo, faz uso da água especialmente como elemento de desenvolvimento econômico, por exemplo, nos processos industriais, para irrigação das plantações; para geração de energia; e para navegação e para a manutenção dos ecossistemas.

A água no planeta desenvolve um ciclo. A chuva, basicamente, é o resultado da água que evapora dos lagos, rios e oceanos, formando as nuvens. Quando as nuvens estão carregadas, soltam a água na terra. Ela penetra o solo e vai alimentar as nascentes dos rios e os reservatórios subterrâneos. Se, cai nos oceanos, mistura-se às águas salgadas e volta a evaporar, chove e cai na terra. A quantidade de água existente no planeta não aumenta nem diminui.

A água pode ser saudável ou nociva. Naturalmente não existe água pura, devido à sua capacidade de dissolver quase todos os elementos e compostos químicos. A água que encontramos nos rios ou em poços profundos contém várias substâncias dissolvidas, como o zinco, o magnésio, o cálcio e elementos radioativos.

A água potável é definida como a água para consumo humano, cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativ
os atendam ao padrão de potabilidade e que não oferece riscos à saúde, portanto, não pode conter substâncias tóxicas, vírus, bactérias, parasitos. A contaminação dessa água nem sempre é visível. Quando não tratada, a água é um importante veículo de transmissão de doenças, principalmente as do aparelho intestinal, como a cólera e a amebíase, além da esquistossomose, as cáries dentárias, a hepatite infecciosa, entre outras. Estimativas da Organização Mundial de Saúde de que cerca de 5 milhões de crianças morrem todos os anos por diarréia, e estas crianças habitam de modo geral os países do Terceiro Mundo.

Cada ser humano tem direito a consumir ou usar a água para as suas necessidades individuais fundamentais. Esse consumo da água realiza-se diretamente através da sua captação dos cursos de água e lagos ou pelo recebimento da água através dos serviços públicos ou privados de abastecimento. A existência do ser humano, por si só, garante-lhe o direito a consumir água ou ar. Negar água ao ser humano é negar-lhe o direito à vida. O direito à vida antecede os outros direitos.

Atualmente Terra tem aproximadamente 6 bilhões de pessoas, lutando por água potável, alimento, espaço e bens de consumo em geral. A população mundial cresce a cada ano, mas o volume de água disponível para o consumo humano no planeta não. Há 2000 anos, a população da Terra correspondia a 3% da população atual e a disponibilidade de água no planeta era mesma encontrada hoje.

Devido à poluição e à degradação ambiental registradas ao longo dos anos, vários mananciais já não apresentam água apropriada para o consumo humano, portanto, está ficando cada vez mais difícil encontrar água com qualidade.

Segundo a ONU, o ser humano utiliza 54% da água doce acessível dos rios, lagos e aqüíferos. Se esse consumo continuar aumentando no ritmo atual, dentro de 25 anos a humanidade absorverá 90% da água doce disponível no planeta, deixando apenas 10% para as outras espécies. Aproximadamente 1 bilhão de pessoas não tem acesso à água tratada e a falta de água limpa causa a morte de 4 milhões de crianças por ano em todo o mundo, vítimas de doenças como a cólera.

Hoje, cerca de 250 milhões de pessoas, distribuídos em 26 países, já enfrentam escassez crônica de água. Projeções apontam que em 30 anos, o número de pessoas saltará para 3 bilhões em 52 países. Nesse período, a quantidade de água disponível por pessoa em países do Oriente Médio e do norte da África estará reduzida em 80 por cento. A projeção que se faz é que, nesse período, 8 bilhões de pessoas habitarão a terra, em sua maioria concentradas nas grandes cidades. Daí, será necessário produzir mais comida e mais energia, aumentando o consumo doméstico e industrial de água. Observa-se que, em apenas 50 anos a demanda por água doce cresceu quatro vezes no mundo, principalmente para os consumos industrial, doméstico e de irrigação. Isso vem gerando uma grande falta de água, ocasionando escassez crônica em países como Israel, Argélia, Jordânia, Tunísia, Emirados Árabes, Quênia, Kuwait etc.

A populosa China também sofre com o problema. O grande crescimento populacional e a demanda agroindustrial estão esgotando o suprimento de água. Das 500 cidades que existem no país, 300 sofrem com a escassez de água. Na África, dos 53 países, 13 sofrem com a escassez. Em duas décadas serão mais 12. No Brasil, a escassez de água já se faz presente, principalmente na região centro oeste e sudeste, onde se registra insuficiência de água nos grandes reservatórios das hidrelétricas.

O acesso à água é um dos fatores mais limitantes para o desenvolvimento socioeconômico de muitas regiões. Hoje, apenas metade da população das nações em desenvolvimento tem acesso seguro à água potável. Estudos sobre abastecimento de água mostram que há enormes desigualdades entre regiões e entre ricos e pobres. Os mais prejudicados são aqueles que vivem nas favelas, periferias e pequenas cidades. Somente um terço dos 40% mais pobres dispõe de serviços de água e saneamento, enquanto que para os 10% mais ricos esse valor sobe para 80%. O saneamento básico atinge somente 56% dos domicílios urbanos e meramente 13% dos domicílios rurais. As classes mais altas, com rendimentos acima de 10 salários mínimos, têm cobertura 25% maior em água e acima de 40% em esgoto que a população com renda inferior a 2 salários mínimos, cujos índices de cobertura desses serviços estão abaixo da média nacional.

Por conta desta situação a questão da água torna-se internacional e também um elemento de disputa entre nações. O Banco Mundial, alerta para o fato de que “as guerras do próximo século serão por causa de água, não por causa do petróleo ou política”.

Os principais fatores que estão causando essa escassez são os desflorestamentos, as queimadas, as práticas agrícolas inadequadas, o uso excessivo de água em irrigação e os grandes desperdícios domésticos e a poluição.

Poluição é a contaminação da água com substâncias que interferem na saúde das pessoas e animais, na qualidade de vida e no funcionamento dos ecossistemas. Alguns tipos de poluição têm causas naturais – erupções vulcânicas, por exemplo – mas a maioria é causada pelas atividades humanas. À medida que a tecnologia foi se sofisticando, o risco de contaminação tornou-se maior.

As águas são poluídas, basicamente, por dois tipos de resíduos: os orgânicos e os inorgânicos. Os resíduos orgânicos normalmente têm origem animal ou vegetal e provêm dos esgotos domésticos e de diversos processos industriais ou agropecuários. Os resíduos inorgânicos vêm de indústrias – principalmente as químicas e petroquímicas. Conforme sua composição e concentração, os poluentes hídricos têm a capacidade de intoxicar e matar microorganismos, plantas e animais aquáticos, tornando a água imprópria para o consumo ou para o banho.

Os baixos í
ndices de tratamento dos esgotos urbanos e industriais e a utilização desregrada de agroquímicos têm provocado graves problemas de degradação de rios e lagos e desencadeado processos de contaminação de águas subterrâneas, a que se acrescentam casos de sobreexploração de aquíferos.

Por causa dos poluentes do ar, a chuva pode se tornar ácida e contaminar o ambiente. E, com o crescimento urbano, as cidades ficam tão impermeáveis que a água não pode chegar ao solo, indo direto para o esgoto sem ser aproveitada.

Estima-se que 14 bilhões de quilos de lixo são jogados (sem querer ou intencionalmente) nos oceanos todos os anos. O esgoto (industrial e doméstico) constitui uma das grandes ameaças para a vida marinha. A vida microscópica cresce de forma desordenada, prejudicando os outros microorganismos marinhos, que ficam sem espaço, sem oxigênio e sem nutrientes. O esgoto também carrega para o oceano diversos organismos nocivos como bactérias, vírus e larvas de parasitas.

Em todo o planeta 2,4 bilhões de pessoas despejam seus esgotos a céu aberto, no solo ou em cursos d’água que passem perto de suas casas, porque não têm acesso a um sistema de coleta. No Brasil, a rede coletora chega a 53,8% da população urbana. Entretanto, a maior parte do volume recolhido não recebe nenhum tratamento e é despejada nesse estado em rios e represas ou no oceano. Apenas 35,5% dos esgotos coletados são submetidos a algum tipo de tratamento.

De acordo a ONU, os 14 maiores rios europeus têm nascentes com “bom status ambiental”, mas no resto de seu percurso, estão bastante degradados. Na Ásia, todos os rios que cruzam cidades estão altamente poluídos. Se o ritmo de crescimento da poluição continuar acompanhando o da população, a Terra poderá perder 18 mil quilômetros quadrados de águas doces até 2050.

O aumento da população e da renda reflete diretamente no aumento do consumo de água e na produção de resíduos poluentes. Pesquisas apontam que a utilização da água dentro de casas varia de família para família e sua utilização está ligada ao poder econômico e sofre variações de local para local.

O Reino Unido é um dos países que mais consomem água na Europa. Diariamente são 18 milhões de litros, o suficiente para matar a sede do planeta inteiro por dois dias.

Em regiões onde a situação de falta de água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países do Continente Africano, a média de consumo de água por pessoa é de dezenove metros cúbicos/dia, ou de dez a quinze litros/pessoa. Já em Nova York, há um consumo exagerado de água doce tratada e potável, onde um cidadão chega a gastar dois mil litros/dia.

A média do consumo per capita para o Município de São Paulo, considerando 4 pessoas na família, é em torno de 200 litros/hab/dia, independentemente do tipo de moradia. O Brasil perde metade da água que trata, por causa de canos furados, tubulações antigas, vazamentos e ligações clandestinas.

Na agricultura, o desperdício de água é muito grande. Apenas 40% da água desviada é efetivamente utilizada na irrigação. Os outros 60 por cento são desperdiçados, porque se aplica água em excesso, se aplica fora do período de necessidade da planta, em horários de maior evaporação do dia, pelo uso de técnicas de irrigação inadequadas ou, ainda, pela falta de manutenção nesses sistemas de irrigação.

A ONU aponta duas sugestões básicas para diminuir a escassez de água: aumentar a sua disponibilidade e utilizá-la mais eficazmente.

É um grande desafio permitir o acesso à água doce a toda população, em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades básicas dos seres humanos, por exemplo, garantir o acesso das indústrias à água, mas sem que isso signifique o comprometimento do uso dos recursos hídricos para abastecimento público. É fundamental que a água usada pelas indústrias retorne em condições adequadas para a natureza. Por isso é importante o avanço do reuso da água.

Reuso é a utilização da água por mais de uma vez, depois de um tratamento adequado. O reuso planejado da água faz parte de um programa global encabeçado pela Organização das Nações Unidas e pela Organização Mundial da Saúde. A água de reuso é produzida dentro das Estações de Tratamento de Esgoto e pode ser utilizada para inúmeros fins, como geração de energia, refrigeração de equipamentos, em diversos processos industriais, em prefeituras e entidades que usam a água para fins não – potáveis.

Para que o mundo continue tendo água potável, é necessário que os mananciais (nascentes da água) sejam preservados. Isso depende tanto da ação individual (evitar desperdícios e não jogar lixo em lugares inadequados como o vaso sanitário e a rua) quanto coletiva (políticas públicas). É necessário também que uma mudança de hábitos humanos para evitar o desperdício de água, limpeza de ambientes externos, torneiras entre outros.

O poder público deve investir “pesado” em campanhas educacionais e no tratamento de esgoto, para que a poluição dos mananciais, rios e mares venha diminuir. Se faz necessário estabelecer normas para indústrias e empresas para o aproveitamento da água sem desperdício e uma fiscalização rígida e adequada deve acontecer. Também é preciso que as nações sigam os acordos internacionais firmados.

O ser humano precisa entender que depende deste recurso natural, bem como de outros, para se manter vivo,
e que os outros seres vivos têm o mesmo direito à vida, assim como as futuras gerações.

4. CONCLUSÃO

Os avanços tecnológicos e científicos, melhoraram o padrão de vida da população no geral e também aumentaram a expectativa de vida. Isto proporcionou o aumento indiscriminado da população que resultou, já no final do século XX em uma superpopulação com 6 bilhões de habitantes.

Os seres humanos passaram a extrair os recursos da natureza, sem a menor preocupação como os impactos ambientais, ou com o futuro, pois acreditavam que tudo o que a natureza possuía era para seu próprio deleite.

Toda esta população necessita fundamentalmente de recursos naturais, como a água, para sobreviver. A água é essencial a todas as formas de vida no planeta. Além deste recurso ser limitado, sua distribuição é deficiente, pois em muitas regiões há escassez. O problema não pára aqui, estamos contaminando o pouco disponível com nosso lixo, dejetos industriais, esgotos e agrotóxicos.

Se pensarmos que a população continua a crescer e que não há controle, ou mesmo preocupação, com a poluição por exemplo, em pouco tempo não haverá água disponível suficiente para o consumo humano. Isto comprometeria a qualidade de vida das gerações futuras.

É necessário que as pessoas percebam que todas as suas ações causam impactos no meio ambiente, e portanto, é fundamental que modifiquem seus hábitos de consumo, principalmente em relação à água.

Para que isto aconteça a população deve ser educada para o meio ambiente, elas têm que se sensibilizar para então mudarem este comportamento destrutivo. Esta educação deve ser priorizada pelos Governos, que também devem seguir os acordos internacionais relativos ao meio ambiente, além de estabelecerem políticas para tratamento de esgotos, controle de poluentes, preservação dos mananciais e reservatórios.

O homem necessita “reconstruir” sua crença de que a água é um bem inesgotável e perceber que sua existência depende da disponibilidade deste recurso e que portanto, precisa mudar sua relação com a natureza, para garantir que as gerações futuras possam ter qualidade de vida.

Autora : Taís Cordeiro Conceição

5. REFERÊNCIAS

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CAVINATO, V. M. Saneamento Básico. 2a.ed. São Paulo: Moderna, 1992.

MAGOSSI, L. R.; BONACELLA, P. H. Poluição das águas. 3a.ed. São Paulo: Moderna, 1991.

VASCONCELOS, J. L.; GEWANDSZNAJDER, F. Programas de saúde. 18a.ed. São Paulo: Ática, 1991.

VEJA. Vai valer mais que petróleo, 18 de Setembro de 2002, p.18-19.

Sites:     http://ecofalante.terra.com.br/sub/noticias.php?set=268

http://www.poli.usp.br/pura/porque.htm

http://www3.agenciaambiental.go.gov.br/site/

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noticia_record.php?d=751

www.ambientebrasil.com.br

www.cetesb.sp.gov.br

www.escolavesper.com.br/agua/escassez_de_agua.htm

www.meioambiente.pro.br/agua/guia/poluicao.htm

www.sabesp.com.br

www.suapesquisa.com/poluicaodaagua/

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