O presente trabalho é resultado de uma pesquisa do curso de pós-graduação em Agroecologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com o objetivo de contribuir para melhoria da qualidade de vida das famílias, a partir da educação ambiental e da geração de renda obtida pelo incremento das atividades produtivas desenvolvidas em áreas dos quintais das casas com fruticultura, baseados em práticas e princípios agroecológico. A definição a experiência está sendo desenvolvida no município de Malta localizado no semi-árido paraibano. A definição das espécies foi feita com base nas características de adaptação ao clima e ao da região. Entendendo-se por educação ambiental os processos por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Introdução
A educação ambiental é um importante mecanismo de interação social, político e econômico, sendo fundamental na melhoria da qualidade de vida de uma população.
Segundo a RBEA (2007), podemos entender educação ambiental como um conjunto de ensinamentos teóricos e práticos com o objetivo de levar à compreensão e de despertar a percepção do indivíduo sobre a importância de ações e atitudes para a conservação e a preservação do meio ambiente, em benefício da saúde e do bem-estar de todos.
Dentro deste contexto procuramos as possibilidades através de análise bibliográfica da implementação da educação ambiental para professores e paralelamente a isso, dentro da nossa realidade tentamos inserir a teoria e a prática no nosso cotidiano escolar.
Através e com o programa “Reutilização dos saquinhos do leite e de garrafas peti” encontramos subsídios e suporte para as nossas práticas, fazendo a junção da educação ambiental formal e não-formal, realizada com as comunidades escolares e agricultores do Assentamento Rural Padre Acácio, na produção de mudas com os sacos plásticos, implantação de 19 pomares domésticos na comunidade rural acima citada e brinquedos e material didático pedagógico com as garrafas peti. Trabalho esse realizado com professores da rede pública municipal da cidade Malta, enfatizando sempre a educação ambiental formal e a não-formal.
Estas duas junções de educação quando inserida no contexto de um ambiente favorável são capazes de promover grandes mudanças. Dessa forma, queremos estimular esta força propulsora, apoiando iniciativas locais e atuando no desenvolvimento sustentável local, e na boa qualidade de vida das famílias.
Assim, deve-se buscar cada vez mais a prática da educação ambiental rumo ao desenvolvimento sustentável, caminho esse que percorreremos em busca da sobrevivência do ser humano e dos recursos naturais existentes.
Metodologia
A pesquisa foi realizada através de coleta de dados, que se deu através de entrevistas, aplicação de questionários e visitas aos sujeitos envolvidos.
Ressalta-se também que a presente investigação originou-se da intenção de captar informações, a partir da realidade do município de Malta, de que forma as ações pedagógicas desenvolvidas pelos professores podem contribuir na difusão dos conceitos e práticas da educação ambiental.
Nesta perspectiva, o trabalho de investigação diagnóstica se constitui de momentos distintos.
Primeiro realizou-se a revisão e sistematização da literatura sobre as dimensões e critérios requerido para o enfoque educação ambiental, e mais especificamente acerca da postura pedagógica considerada mais apropriada para o trabalho didático pedagógico desenvolvido na educação formal e não-formal, para o professor atuar nas questões ambientais de forma a contribuir para boa qualidade de vida das famílias, recursos naturais existentes preservados para que possamos ter um desenvolvimento sustentável local breve.
Resultados e discussão
O projeto teve inicio em 2007, com um total de 50 professores envolvidos, 19 pomares instalados no Assentamento rural Padre Acácio, 03(três) escolas arborizadas, brinquedos reciclados com garrafas pet distribuídos em todas as escolas do município de Malta no semi-árido paraibano. Cada escola beneficiada com árvores e brinquedos e quintal implantado os pomares apresenta quantitativos de espécies diferenciados e diversificados, sendo a escolha feita pelas famílias com os tipos de fruteiras, e professores com os tipos de brinquedos.
Adotando-se a estratégia de formação de agentes multiplicadores, foram repassados conhecimentos sobre todas as etapas trabalhadas fundamentadas em que a educação ambiental constitui um suporte indispensável para a efetivação do desenvolvimento sustentável. A metodologia diversificada comporta a apreensão dos processos de percepção dos professores e prática cotidiana dos envolvidos para que sejam adotadas estratégias didático-pedagógicas aplicadas em oficinas de trabalho e mobilização de trabalho comunitário para a organização social e política na educação ambiental. Procura-se viabilizar, assim, a crescente participação comunitária nas decisões sobre onde e como trabalhar o meio ambiente e quais os caminhos para o desenvolvimento sustentável e revitalização cultural necessários na conservação dos recursos naturais.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3. ed. – Brasília: A Secretaria, 2001. Pag. 75-76.
CASCINO, Fábio. Educação Ambiental: princípios; história, formação de professores – 4ª edição – Editora SENAC – São Paulo. Pag.41 – 72.
CENPEC, UNICEF, FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL, ONG parceira da escola – Educação e Participação – CENPEC, 2002 – São Paulo, 5ª ed. Pag.21.
CORLETT, Francisco Marinaldo Fernandes. Ética Ambiental. 1ª ed. Ano: 2007 – UFPB – Bananeiras – PB. Pag. 14 – 16.
GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: Na educação e em outras instituições. Grupos e movimentos os campos cultural, social, político, religioso e governamental – Petrópolis –RJ: vozes, 1994. Pag.55 -56.
ENCONTROS E CAMINHOS: formação de educadoras (es) ambientais e coletivos educadores – Ministério do Meio Ambiente – Diretoria de Educação Ambiental. IV título. Brasília – 2005. Pag.117 – 124.
ENCONTROS E CAMINHOS: formação de educadoras (es) ambientais e coletivos educadores –MMA– Departamento de Educação Ambiental, 2007. Volume 2.Pag.119 – 260.
FALCÃO, Roberta Borges de Medeiros e Ana Paula da Silva Oliveira. Um Guia Prático para as comunidades do semi-árido Nordestino, cooperação – Brasil – Canadá – Prosani, 2004. Pag. 8.
GUZMÁN, Glória, C. et al (2002). Introdução a Agroecologia como Desenvolvimento Rural Sustentable. Mundiprensa, Madrid. Pag.100 – 101.
IBAMA/DIPRO/CGFIS, Relatório Geral do Programa Nacional de Formação Ambiental. Brasília, agosto de 2006.
LIMA JORGE, Roberto Tavares e FIGUEREDO, Marco Antonio Bezerra. Extensão Rural, desafios de novos tempos: agroecologia e sustentabilidade. Séria: Educação e economia solidária. Edições Bagaço – Recife – 2006. Pag.41 – 42.
PILETTI, Nelsom. Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental – série educação. 26ª edição – editora Ática – 1999. Pag.232.
REIGOTA, M. Meio Ambiente e Representação Social. Editora Cortez, 1994. Pag.37 – 39.
REIGOTA, M. O que é Educação Ambiental. São Paulo: brasiliense, 1998. Pag.62
RELATÓRIO DE GESTÃO – Ministério do Meio Ambiente, Programa Nacional de Educação Nacional Ambiental, Diretoria de Educação Ambiental. 1ª Ed – Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2007. Pag. 8 -12 do caderno 1.
RESVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO AMBENTAL. Rede Brasileira de Educação Ambiental. N.2 (fev. 2007). – pag. 27 – 28.
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. PNEA. Disponível em HTTP://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/busca/det_reg.cfm?idr=386/&idm9%20.Acesso em 8,9,10 de junho de 2008.
Autores:
Silvestre Fernandéz Vasquez Agrônomo, Msc. E Dr. em Ciências Florestal,especialista em direito ambiental. Professor Associado do Departamento de Agropecuária – DAP; Centro de Formação de Tecnólogos – CFT – Universidade Federal da Paraíba – UFPB. E-mail: shilvevasquez@hotmail.com
Euzimar Gregório dos Santos, Licenciada em Pedagogia com habilitação nas séries iniciais – Universidade Estadual Vale do Acaraú – Ceará. Especialista em psicopedagogia Institucional, pós-graduando em Agroecologia por Tutoria a Distância; Centro de Formação de Tecnólogos – CFT – Universidade Federal da Paraíba – UFPB. E-mail: euzimargregorio@hotmail.com