Com o intuito de analisar quais os impactos ambientais, sociais e econômicos que são ocasionados pelo turismo, este presente trabalho tem o objetivo de avaliar quais as possíveis conseqüências que o mau gerenciamento de dessa atividade pelos órgãos responsáveis podem trazer conseqüências a médio e a longo prazo em toda a cadeia que está envolvida nas cidades turísticas. Neste contexto apresentado a concentração de turistas em curto espaço de tempo nos municípios, períodos esses divididos em: “alta, média e baixa estação”. Assim faremos uma análise de como os atores envolvidos diretamente nesse processo podem interferir de forma significativa nas questões ambientais, econômicas e sociais de um município que tem sua economia relacionada a esse serviço que movimenta regiões inteiras no país.
Introdução
A busca e o contato com a natureza têm sido características da demanda turística contemporânea determinantes essas que vão sendo mais importantes à medida que crescem e se agilizam os aglomerados urbanos, acompanhados da excessiva concentração demográfica, das edificações, dos meios de transporte e das unidades de trabalho (RABAHY, 1990). Entendendo o meio ambiente como uma relação de interdependência entre homem, natureza e desenvolvimento, contemplando as suas dimensões objetivas e subjetivas, faz-se necessário observar como essa relação se concretiza no “mundo real”, na cotidianidade, principalmente nas comunidades onde os ambientes naturais são componentes significativos para, potencialmente transformá-las em espaço turístico. (FONTELES, 2004).
Em suas múltiplas relações, o turismo privilegia o âmbito econômico, materializado na produção e consumo de diversos bens, nos serviços de empresas de transporte, hospedagem e alimentação e na transferência de capitais. Fortalece, dessa forma, o comercio, que depende, no entanto, dos fluxos e da sazonalidade. As dimensões social, cultural e política também enriquecem o turismo, sem esquecer os aspectos ambiental, comportamental, ideológico e técnico-cientifíco (FONTELES, 2004).
Os impactos ocorrem nas descrições: econômicos – períodos sazonais no mercado de bens e serviços, efeitos de inflação nos produtos comercializados; sociais: catadores de resíduos gerados, empregos sazonais de acordo com o período do ano e ambientais: diversos tipos de poluição: sonora – produzidos por: eventos, carros de passeio ou comerciais; atmosférica: provocada pela queima de combustíveis fósseis como CO2; proliferação de vetores nocivos a saúde humana como: roedores, pássaros e insetos e ainda a geração de resíduos sólidos: classificados pela norma brasileira NBR 10004 “Classificação de resíduos sólidos” (ABNT, 2004), em: perigosos ou Classe I; não perigosos e não inertes ou Classe IIA; e inertes ou Classe IIB. Sua composição varia de comunidade para comunidade, de acordo os hábitos e costumes da população, número de habitantes local, poder aquisitivo, variações sazonais, desenvolvimento, nível educacional, variando ainda para a mesma comunidade com as estações do ano (LIMA, 1998).
O turismo como atividade econômica independente da dimensão da cidade é afetado diretamente pelos fatores: econômicos, sociais e ambientais. Sendo que o ultimo respectivamente pode interferir em todos os anteriores sendo capaz potencializar o estágio de declínio dessa atividade econômica desenvolvida a médio e longo prazo. Na abordagem desse sistema de comportamento, onde em curtos espaços de tempo são produzidas grandes quantidades de resíduos sólidos urbanos, são necessárias soluções para a coleta, triagem e disposição final, com soluções desses resíduos, observando toda a cadeia de produção e como cada personagem podem interferir no processo de geração.
Objetivos
Propor uma avaliação do sistema de gerenciamento da coleta de resíduos urbanos que são gerados nessas cidades em virtude da sua principal fonte de renda que é o turismo, observando todas as suas vertentes e atores que interferem nesse processo. Analisar ainda quais são os métodos empregados em municípios do Brasil, para a coleta seletiva e seus atores como: cooperativas, empresas privadas e o setor público.
Metodologia
O estudo terá como base os dados fornecidos pelo Ministério do Turismo, nos 2010, dados esses que serão confrontados com a realidade dos municípios brasileiros, No aspecto da coleta seletiva e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, os dados serão fornecidos pelo CEMPRE – Compromisso Empresarial com a Reciclagem dados obtidos em 2010.
Resultado e conclusão
Segundo dados do Ministério do Turismo em 2010 os desembarques domésticos foram de 5703050, contra 4591002 de 2009, um aumento de 24,22 % em desembarques de passageiros em vôos domésticos. Em termos econômicos a receita cambial de 2010 foi de US$ 566 milhões, sendo que em 2009 US$ 495 milhões um aumento de 14,34 % de gastos dos turistas no Brasil. Números bem expressivos em termos econômicos, e positivos pela geração de emprego e renda em muitas regiões do Brasil. Entretanto as informações coletadas pela Ciclosoft através do CEMPRE – Compromisso Empresarial com a reciclagem em 2010 mostram que apenas 8% dos municípios brasileiros possuem coleta seletiva, e que aproximadamente 22 milhões de brasileiros têm acesso a programas municipais de coleta seletiva, apesar do número de cidades com esse serviço ter aumentado, na maior parte delas a coleta não cobre mais que 10% da população local. A população brasileira atendida pela coleta seletiva em 2010 foi de 12%. Um dado preocupante foi de que em 2010, 22 milhões de brasileiros foram atendidos pela coleta seletiva contra 26 milhões em 2008, uma redução de 15, 38%, da população atendida. Esses dados mostram que os municípios em não estão sendo atendidos de forma satisfatórias com isso surge a preocupação com relação aos que promovem o turismo, sendo que os serviços tem uma ligação muito próxima com o meio ambiente.
O planejamento com seus instrumentos contribuem de maneira significativa para conservação ou regeneração dos elementos bióticos e abióticos, pois resultam de processos físicos, químicos e biológicos, elementos dinâmicos na configuração da paisagem com equilíbrio ecológico e ordenamento do território, diante dos processos antrópicos. O turismo é um fenômeno social e espacial que traz consigo a atividade econômica, com a construção de grandes complexos hoteleiros, restaurantes, supermercados e outros. Com o objetivo de atrair diferentes públicos com os serviços oferecidos, durante todo o ano evitando a sazonalidade econômica.
Entretanto vários atores corroboram para que à atividade turística seja desempenhada: perfil do empresário, funcionários, grupos de interesse, governo, planejamento, marketing, planejamento operacional. Nessa complexa atividade capitalista, que envolve uma gama imensa de ramificações, é preciso desenvolver modelos de gestão próprios que atendam à realidade dos municípios indutores do turismo.
Hoje a sustentabilidade do turismo passou a ser um fato para qualquer empreendimento desenvolvido, independente de sua localização em virtude de sua proximidade com o meio ambiente e como as ações predatórias do turismo, podem interferir de forma negativa nas atividades econômicas que são praticadas. O gerenciamento de todas as atividades antrópicas em municípios turísticos é fundamental para a sustentabilidade econômica, social e ambiental, passando por: hábitos, costumes, ideologias, instâncias do poder, discernimento e conscientização, de todas as camadas que estão envolvidas na complexa gama turística. A educação ambiental precisa ter um papel fundamental nas populações, seja a residente ou a visitante, como forma de prevenção. No aspecto social, segundo o CEMPRE é de que mais da metade (62%) apóia ou mantém cooperativas de catadores como agentes executores da coleta seletiva municipal. Dentre os apoios mais comuns, estão: equipamentos, galpão de triagem, pagamento de gastos com água e energia elétrica, caminhões, capacitações e auxílio na divulgação e educação ambiental. Em termos econômicos temos fatores de evolução dos custos da coleta seletiva X Coleta convencional é que em 1994 os valores eram de 10 vezes mais e em 2010 esse valor caiu par apenas 04 vezes. Outro aspecto econômico que a média da Composição Gravimétrica da Coleta Seletiva é de apenas 19% das amostras podem ser destinadas a aterros sanitários, o percentual restante pode ser reciclado, fortalecendo assim as cooperativas, a questão econômica e ainda a preservação ambiental.
Autor: Sandro Sarmento
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT 10004: resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro, 2004.
BRASIL, Ministério do Turismo, www.turismo.gov.br. Acessado em 19 de março de 2011.
CEMPRE, Compromisso Empresarial para a Reciclagem. Acessado em 15 de março de 2011.
FONTELES, José Osmar. Turismo e impactos socioambientais. São Paulo: ALEPH, 2004.
LIMA, José Dantas de. Curso: Gestão de resíduos sólidos urbanos; ABES – PB; João Pessoa – PB, 1998.
RABAHY, Wilson A. Planejamento do turismo: estudos econômicos e fundamentos econométricos. São Paulo: Loyola, 1990.
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