Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – Planejamento

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O planejamento é a primeira etapa do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Nesta etapa faz-se o levantamento dos resíduos gerados, identificando os problemas que estão ocorrendo na organização e os necessários requerimentos legais, bem como outras tarefas para o bom andamento do plano. Os objetivos e metas também são estabelecidos nesta etapa.

 Conheça seus resíduos

O primeiro passo para a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos é identificar os resíduos gerados e os processos envolvidos. Por isso é necessário determinar:

1. Geração: processos geradores de resíduos

Para a identificação das fontes de geração de resíduos o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos indica percorrer os processos da empresa (resíduos podem ser gerados em TODOS os processos e não apenas no processo industrial propriamente dito).

Através da análise dos processos e entrevistas com os responsáveis pode-se identificar os resíduos gerados. (SEBRAE, RJ)

Em situações excepcionais, mas não raras, pode-se ter um determinado resíduo de origem desconhecida. Nestes casos, deve-se proceder da seguinte maneira

1. Avaliar as características do resíduo, em relação à sua periculosidade 

2. Identificar os possíveis riscos associados para a adoção de medidas de controle. (ANVISA, 2006)

Neste levantamento dos resíduos e processos envolvidos na sua geração e destinação final, é interessante detalhar os passos, conforme abaixo:

1.2. Acondicionamento dos resíduos conforme o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

  • Identificar que tipos de recipientes são utilizados como contenedores dos RSS.
  • Identificar os tipos de embalagens: sacos, plásticos, bombonas, caixa de papelão, caixa para perfuro cortantes etc.plano gerenciamento residuos
  • Verificar se a quantidade de embalagens é compatível com os resíduos gerados.
  • Identificar e verificar se existe definição e padronização dos contenedores e embalagens.
  • Verificar se estão sendo respeitados os limites de preenchimento dos contenedores e embalagens.
  • Verificar a adequação das embalagens para os resíduos químicos perigosos, em função das suas propriedades físicas.
  • Verificar a existência de acondicionamento em recipiente adequado para os perfuro cortantes.
  • Verificar se os contenedores são de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura, com cantos arredondados e resistentes ao tombamento.

1.3. Coleta e transporte interno

  • Verificar se a coleta está sendo feita separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos.
  • Descrever as coletas abordando sua forma em função do grupo de resíduos, tipos de recipientes, carros de coleta, equipe, quantidade, frequência, fluxos de resíduos etc.
  • Verificar se o dimensionamento da coleta está adequado ao volume gerado, número de funcionários disponíveis, número de carros de coletas, equipamentos de proteção individual – EPIs necessários conforme as normas de saúde e segurança do trabalho e demais ferramentas e utensílios utilizados na coleta.
  • Verificar se existe padronização de turnos, horários e frequência de coleta para os diferentes tipos de resíduos.
  • Verificar a técnica do manuseio da coleta: fechamento dos sacos, transporte dos sacos, uso de EPIs.
  • Verificar se o tipo de resíduo está compatível com a cor do saco.
  • Verificar se, para o transporte manual, os recipientes estão adequados.
  • Verificar o transporte mecânico e uso de carro de coleta.
  • Verificar se os carros de coleta estão devidamente identificados com símbolos de segurança.
  • Verificar o estado de conservação dos carros de coleta.

1.4. Fluxo da coleta interna

  • Verificar o traçado e desenhar os roteiros (itinerários) das coletas até o abrigo externo.
  • Levantar as frequências, fluxo, nível de ruído e horário das coletas.
  • Levantar e sistematizar as características de cada roteiro para os diversos resíduos.
  • Verificar a compatibilidade de roteiros previamente definidos para cada tipo de resíduo e horários das coletas em função da distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. (ANVISA, 2006)

Além do itens elencados acima é recomendado:

  • análise do armazenamento interno e externo;
  • verificar se o abrigo possui área de higienização para carros de coleta interna e demais equipamentos utilizados;
  • verificar quais são as empresas de coleta e transporte externo;
  • como será realizado o tratamento dos resíduos;
  • verificar quais são os tipos de disposição final existentes;
  • como é organizada a política de gestão ambiental na empresa – se existe ou não;
  • levantar cursos, treinamentos e campanhas voltados a todos os envolvidos no gerenciamento;
  • avaliação global dos dados levantados.

2. Classificação: Classes de cada resíduo

Os resíduos identificados devem ser classificados, para a definição de sua periculosidade. Classificação conforme a origem ou periculosidade.

3. Quantificação: Quantidades de cada resíduo

Os resíduos devem ser quantificados para definir as formas de transporte e armazenamento mais adequados. A quantificação permite, também, uma análise financeira mais exata, tanto do tratamento como da disposição final. Alguns pontos a seguir na quantificação:Plano Gerenciamento de Resíduos Sólidos

  • Levantamento da quantidade de cada espécie de resíduo gerado nos diversos setores, através da pesagem e do volume.
  • Estabelecer um período de coleta dos dados, ou seja, turno/dia/semana/mês.

O gerenciamento de resíduos sólidos, coleta, tratamento e descarte de materiais sólidos  são realizados porque cumpriram sua função ou não são mais úteis. O descarte inadequado de resíduos sólidos urbanos pode criar condições insalubres e essas condições, por sua vez, podem levar à poluição do meio ambiente e a surtos de doenças transmitidas por vetores, ou seja, doenças transmitidas por roedores e insetos. As tarefas de gerenciamento de resíduos sólidos apresentam desafios técnicos complexos. Eles também representam uma ampla variedade de problemas administrativos, econômicos e sociais que devem ser administrados e resolvidos.

Eliminação dos resíduos nos tempos antigos

Nas cidades antigas, os resíduos eram jogados em ruas e estradas não pavimentadas, onde eram deixados para se acumular. Foi só em 320 A.C, em Atenas, que a primeira lei conhecida proibindo essa prática foi estabelecida. Naquela época, um sistema de remoção de resíduos começou a se desenvolver na Grécia e nas cidades dominadas pela Grécia no Mediterrâneo oriental. Na Roma antiga, os proprietários eram responsáveis pela limpeza das ruas em frente às suas propriedades. Mas a coleta organizada de lixo estava associada apenas a eventos patrocinados pelo estado, como desfiles. Os métodos de descarte eram muito rudes, envolvendo fossos a céu aberto localizados fora das muralhas da cidade. Com o aumento da população, esforços foram feitos para transportar o lixo para longe das cidades.

Desenvolvimentos na gestão de resíduos

Uma abordagem tecnológica para a gestão de resíduos sólidos começou a se desenvolver na última parte do século XIX. Latas de lixo impermeáveis foram introduzidas pela primeira vez nos Estados Unidos e veículos mais resistentes foram usados para coletar e transportar resíduos. Um desenvolvimento significativo nas práticas de tratamento e disposição de resíduos sólidos foi marcado pela construção do primeiro incinerador de lixo na Inglaterra em 1874. No início do século 20, 15% das principais cidades americanas estavam incinerando resíduos sólidos. Mesmo assim, no entanto, a maioria das grandes cidades ainda estava usando métodos primitivos de descarte, como despejo a céu aberto na terra ou na água.

Os avanços tecnológicos continuaram durante a primeira metade do século 20, incluindo o desenvolvimento de trituradores de lixo, caminhões compactadores e sistemas de coleta pneumática. Em meados do século, entretanto, tornou-se evidente que o despejo a céu aberto e a incineração inadequada de resíduos sólidos estavam causando problemas de poluição e prejudicando a saúde pública. Como resultado, aterros sanitários foram desenvolvidos para substituir a prática de despejo a céu aberto e para reduzir a dependência da incineração de resíduos. Em muitos países, os resíduos foram divididos em duas categorias, perigosos e não perigosos, e regulamentos separados foram desenvolvidos para sua eliminação. Os aterros foram projetados e operados de forma a minimizar os riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Novos incineradores de lixo foram projetados para recuperar a energia térmica dos resíduos e foram equipados com extensos dispositivos de controle de poluição do ar para satisfazer os rígidos padrões de qualidade do ar. As fábricas modernas de gerenciamento de resíduos sólidos na maioria dos países desenvolvidos agora enfatizam a prática de reciclagem e redução de resíduos na fonte, em vez da incineração e descarte em terra. (Fonte: britannica)

Conheça mais sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos na Política Nacional dos Resíduos Sólidos – Lei12305/10

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