O estudo da interação entre as atividades pesqueiras e os cetáceos constitui um dos temas mais importantes no que diz respeito à conservação e manejo desses mamíferos (CRESPO, 1996). Existem relatos que mostram que tais interações datam do Império Romano (HALLIDAY, 1994 apud PRZBYLSKI, 2001). Os cetáceos também aparecem na lenda da mitologia grega de “Teseu e o Minotauro”, o que mostra que são animais conhecidos pela humanidade a milhares de anos. No Brasil, o estudo das interações entre pescadores e cetáceos têm ocorrido desde a última metade do século XX (CARVALHO, 1961, 1963; PINEDO, 1986).
Tais interações podem ser positivas – cetáceos se alimentando de peixes em fuga, pescadores se aproveitando da presença e atividade pesqueira dos cetáceos para localizar cardumes ou através da pesca interativa como acontece em algumas localidades do litoral brasileiro (e.g. Laguna/SC, SIMÕES-LOPES et al., 1998). Também podem haver interações consideradas negativas, tanto para os pescadores, que podem ter os seus equipamentos de pesca danificados, quanto para os cetáceos que podem se enroscar nas redes, o que pode levá-los a morte. Em muitos casos, os indivíduos encontrados mortos nas praias apresentam marcas de redes, hematomas e perfurações, o que mostra que sua morte está relacionada às ações humanas (MAGALHÃES, 1994; BARACHO, et al, 2000).
Autora: Miriam Fernanda Dalla Costa
Clique aqui para ler o trabalho completo